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[Exclusivo] Conferência Powering Africa, como resolver os problemas de electricidade em Angola?

Conferencia Powering Africa 2013 (2) Anualmente a organização do Reino Unido “Stratevents” organiza encontros entre os órgãos capazes de tomar decisões de peso no que diz respeito a energia eléctrica em África.

Este ano, a conferência teve lugar em Angola, Luanda, numa das salas de reuniões do Hotel HCTA. Estiveram presentes representantes de Angola,  Portugal, Noruega, Namíbia, Nigéria, África do Sul, Suécia e claro, os organizadores, da Inglaterra. O objectivo da conferência, que decorreu entre os dias 13 e 14 de Agosto, foi de definir estratégias para melhorar/aumentar o fornecimento de energia eléctrica em África (com foco para Angola), assim como propor soluções sustentáveis de crescimento da rede eléctrica. A equipe do Menos Fios teve a honra de ser convidada pela organização, para testemunhar e dar a sua opinião sobre os diversos assuntos abordados.

Se nos questionarem sobre o nosso interesse numa cimeira de energia, a resposta será simples e directa: sem energia estável, jamais teremos o “mais Angola, mais Tecnologia”. É uma condição obrigatória, electricidade.

Preparados para um pequeno resumo?

O discurso de abertura foi da responsabilidade do Ex-ministro da hotelaria e turismo Eduardo Chingunje , que falou sobre os planos que Angola está a desenvolver para que até 2025 haja uma melhoria considerável no sector eléctrico.

Foi também aí que conseguimos entender os objectivos da conferéncia, que passam pelos seguintes pontos:
  • Atrair investimentos
  • Melhorar os serviços
  • Obter a experiência de outro países
  • Definir a importância do investimento externo no sector eléctrico
Para essa sessão esteve a comandar as operações o Dr. Siseho C Simasiku ( CEO do Conselho Nacional de Electricidade da Namíbia), do lado de Angola tivemos o Dr. Vieira Lopes, acessor do Ministério da Energia e Águas para a área de energia atómica .

Ficamos a saber que Angola tem um plano de investir até 60 biliões de dólares no sector eléctrico, até o ano 2025, passando assim dos actuais 30% de população que beneficia da electricidade, para valores acima dos 70 %. Então, boa hora para investir no ramo eléctrico, não?

Outro ponto focado foi a descentralização das empresas que actuam no sector, basicamente a ENE ( que gera, transporta e distribui em quase todo pais e a EDEL que distribui em Luanda. O modelo ideal, seria uma empresa para cada sector, geração, transporte e distribuição de energia eléctrica.

Deu ainda tempo para debater sobre assuntos como : Energias renováveis (com a presença de empresários que actuam nessa área), geração distribuída de energia, impacto económico social que a melhoria de fornecimento de electricidade pode trazer, custo da energia, o papel do governo e dos reguladores para incentivar o investimento privado, uma vez que nenhum governo por si só conseguirá resolver o problema da energia,  mas tem o dever de traçar as linhas mestras para a resolução do problema.
Mas para haver essa colaboração, devemos traçar métodos de interacção entre empresas públicas e privadas. O problema é que, conhecendo Angola, quando se privatizam os serviços, não temos garantias da melhoria dos serviços. Para isso devemos(o Governo) arranjar métodos para controlar as empresas privadas:
  • Definir a qualidade de serviço
  • Medidas de protecção
  • Ter um forte regulador independente
  • Instrumentos legais fortes
  • Definir os preços

Conclusão:

Angola tem poder económico suficiente para resolver o seu problema de energia, falta agora definir estratégias para se atingir rapidamente as metas traçadas. Para isso devemos começar a traçar metas que garantam que no futuro a energia eléctrica deixe de ser um problema. O caminho está em definir normas, investir em energias renováveis, encontrar parceiros privados que estejam dispostos a dar o seu melhor e… acima de tudo, ser transparente nos investimentos feitos.

Esperamos que os representantes dos vários ministérios de Angola que se fizeram presentes nessa cimeira, tenham captado as boas informações e, se possível, comecem a implementar por aqui. Afinal é possível resolver essa questão…

 Imagens do evento

Conferencia Powering Africa 2013 (2)
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