A indústria associada aos “eSports”, termo que deriva da terminologia inglesa “electronic sports”, continua em franco crescimento. O segmento dedicado à competição profissional de jogos eletrónicos envolve cada vez mais gente, tanto diretamente quanto indiretamente, ao mobilizar multidões que assistem e acompanham as competições de forma meticulosa. Counter-Strike, League of Legends, FIFA e DotA são alguns dos títulos mais jogados na indústria e, atendendo ao atual contexto, já há dois governos europeus que decidiram avançar para a integração dos eSports na sua estratégia de governo, anúncios feitos em maio – os da Dinamarca e de Malta.
Dinamarca pioneira
O governo dinamarquês liderado por Lars Løkke Rasmussen foi o primeiro em contexto europeu a querer integrar a indústria dos eSports na respetiva estratégia governamental. O Ministério da Cultura do país situado no norte da Europa quer fazer com que as competições voltadas para os jogos eletrónicos passem a integrar os circuitos nacionais de oferta cultural. Além disso, o governo dinamarquês reconhece que a indústria dos eSports possui potencial também do ponto de vista económico, acreditando que poderá inclusive criar oportunidades de emprego para a sua população. De resto, são ja várias as casas de apostas online que disponibilizam mercados para as competições de eSports, muitas delas transmitidas através de serviços de “streaming” para vários pontos do globo.
Mas afinal de que forma irá, o ministério liderado por Mette Bock, passar esta intenção do plano teórico para a prática? A imprensa dinamarquesa escreve que o primeiro passo corresponde ao estabelecimento de um painel de especialistas no segmento que vai debater em relação às oportunidades e desafios associados à indústria e tirar conclusões. Os principais pontos deste plano de desenvolvimento estarão traçados: construir uma estrutura de gestão para os eSports do país, desenvolver o talento dos jogadores, desenvolver comunidades e associações que auxiliem os jogadores, criar oportunidades de desenvolvimento comercial, criar novos postos de trabalho associados aos desportos eletrónicos, atrair mais elementos do sexo feminino para a indústria e, por último mas não menos importante, definir padrões éticos.
No discurso do ministro Mette Bock, as preocupações associadas aos riscos que os eSports podem incutir sobretudo na população mais jovem não são, de todo, negligenciados, alertando para o lado mais perverso da questão que “gera alguma preocupação”.
Quem também viu nos eSports uma oportunidade foi o governo de Malta. Joseph Muscat, primeiro-minsitro daquela nação, assinou inclusive um acordo de entrendimento com a Elecronic Sports League (ESL). A opção assumida é, em tudo idêntica, a do governo dinamarquês, tanto que Silvio Schembri, responsável pelos Serviços Financeiros do governo maltês, exaltou as questões associados à empregabilidade e à economia em geral que a indústria dos “eSports” pode acarretar.
Em África, a indústria também tem crescido com a criação de várias organizações e a realização de vários torneios virtuais. Em dezembro de 2018 realizou-se em Casablanca, Marrocos, a ESWC Africa. Várias equipas, sob o olhar atento de milhares de espectadores, competiram entre si no jogo Counter-Strike: GO. A vitória final sorriu a uma formação de nacionalidade tunisina que assegurou um prémio financeiro.