Especialistas exortam que exposição de crianças em redes sociais pode causar danos

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O uso da Internet e das redes sociais, de forma indiscriminada, está a impactar negativamente na vida de milhares de crianças angolanas, fazendo aumentar os casos de desequilíbrio cognitivo e de transtornos de défice de atenção.

Esse alerta veio de vários especialistas nacionais, onde embora não haja dados concretos sobre o real impacto do mau uso destes recursos tecnológicos em Angola, informam que muitos menores já apresentam sinais claros, como ansiedade e problemas com a linguagem e comunicação.

Para esses profissionais, ouvidos pela ANGOP no quadro do Dia Internacional da Criança (1 de Junho), trata-se de um fenómeno que tem vindo a crescer no país, levando muitas crianças e adolescentes a enfrentarem problemas nas relações interpessoais, como solidão e diminuição das actividades físicas, sociais e familiares, por isso é imperioso que os pais e encarregados de educação redobrem os cuidados com as crianças e adolescentes em relação ao uso das redes sociais.

Segundo os últimos números do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM), cerca de 17 milhões de cidadãos usam telemóvel, dos quais 60% acedem às plataformas digitais por via de telefones móveis, 43,3% o fazem através de computadores portáteis e de mesa e 1,7% através dos conhecidos tablets.

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Por outro lado, os números indicam que existem cerca de um total 7,2 milhões de subscritores de internet, que gastam, em média diária, 3 horas e 43 minutos na Internet, e onde o Governo ambiciona um crescimento de 85% de utilizadores de Internet, aproximadamente 12,8 milhões de utilizadores até ao final de 2022, o que corresponderá a quase o dobro de utilizadores de Internet em Angola em 2020.

Tendo como base esses números, os especialistas aconselham os adultos que tenham em casa menores de 18 anos a monitorar, permanentemente, os sites por eles utilizados, bem como recomendam que os pais orientem os seus filhos sobre os riscos de se relacionarem com as pessoas no mundo virtual, onde afirmam existirem pessoas de má fé, dispostas a prejudicar a vida e a imagem do próximo.

Para os especialistas, o exibicionismo e a busca por reconhecimento levam os adolescentes a exporem-se cada vez mais nas redes sociais, sublinhando que a participação dos menores no mundo virtual requer cuidados redobrados, para que esse ambiente não interfira de forma negativa na saúde dos mesmos.

Defendem que o uso excessivo das redes sociais pode criar imensos conflitos sociais, tanto familiares, quanto individuais, passíveis de alterar os seus relacionamentos.

Entretanto, sublinham que as redes sociais também podem trazer pontos positivos, possibilitando, principalmente, encontros virtuais entre pessoas que vivem distante.

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