Especialista alerta sobre Lei de partilha de infraestruturas de TIC para expandir a internet em Angola

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Nos últimos anos em Angola, no sector das Telecomunicações muito se tem abordado sobre a partilha das infraestruturas de telecomunicações, onde o governo já garantiu que vai “exigir” aos operadores de telecomunicações que operam no país o cumprimento da legislação que obriga à partilha das infraestruturas.

Relativamente ao referido tema, o especialista em segurança cibernética defendeu ontem, num Webinar dirigido a jornalistas, que a falta de aplicação da lei da partilha de infraestruturas cria vários entraves ao desenvolvimento do sector das telecomunicações em Angola, porque impede a entrada de mais players, com consequências no preço e na qualidade e diversidade dos serviços prestados ao consumidor final.

Durante a interação com os jornalistas Hélio Pereira lembrou que actualmente, em angola, as instituições de maior relevo, incluindo ministérios, investem individualmente em infraestruturas de telecomunicações próprias. Se o decreto presidencial Nº 166/14 fosse aplicado este investimento seria repartido por várias empresas, assim como os seus custos operacionais e de manutenção.

De acordo com o especialista quem sofre é o consumidor que é obrigado a pagar mais caro por serviços de voz e dados. Cinco vezes mais caro se compararmos Angola a países como o Quénia e a Argélia. “Em angola um gigabit custa a volta de 3,189 Kwanzas, no Quénia o mesmo 637 Kwanzas. Considerando que o consumo médio mensal em Angola é de 17.569 Kwanzas, dá para perceber que quase não sobra dinheiro para internet depois de feitos os gastos com alimentação, necessidades domésticas e outros gastos vitais”.

O impacto do custo exorbitante da internet em Angola ficou mais evidente durante a pandemia visto que a grande maioria dos estudantes ficaram prejudicados por não terem acesso à internet para acompanhar aulas virtuais ou porque as próprias escolas ou universidades não têm internet.

Hélio Pereira, especializado em segurança na internet, lembrou que Angola já conta com infraestruturas de telecomunicações robustas, graças aos investimentos realizados pelo Estado ao longo dos últimos 10 anos. Entretanto, é fundamental que esta Infraestrutura para que mais operadores entrem no mercado, para que melhores serviços sejam prestados, para que as telecomunicações tenham um custo para o consumidor mais baixo.


Mais detalhes sobre o palestrante:
Hélio Pereira, perito forense digital e investigador de crimes cibernéticos, especialista em mitigação de risco cibernético e combate aos crimes informáticos desde 2017. Trabalhou em casos de instituições financeiras e órgãos governamentais brasileiros, formador no Departamento Estadual de  Investigação Criminais no Brasil. Ao longo de sua carreira actuou em consultorias brasileiras como Perito e Investigador de crimes cibernéticos e mitigação de crises.
Perito acreditado pela Associação de Peritos Judiciais do Estado de São Paulo APEJESP e CRA-SP, membro da HTCIA (HIGH TECHNOLOGY CRIME INVESTIGATION ASSOCIATION).
Nos últimos 2 anos proferiu mais palestras e formações sobre segurança da informação, investigação e Perícia forense digital e actuações  em casos complexos, inclusive em  colaboração com polícias especializadas.

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