As empresas angolanas devem evitar negociar resgate com criminosos cibernéticos, visto que ao chegar-se a um acordo, se abre a possibilidade de se estar sempre por baixo de ataques cibernéticos.
Essa opinião foi defendida pelo especialista em crimes cinbernéticos Hélio Pereira, falando ao semanário Novo Jornal, frisando que “não se negoceia com o criminoso“, onde como alguém que conhece o funcionamento deste sector recomenda “a não pagar o resgate, porque, primeiro, não se tem qualquer garantia de que a chave é correta e, segundo, se abre a possibilidade de se estar sempre por baixo do atacante“.
“Quer dizer, dizes ao hacker que ele pode, que ele conhece o caminho. Se não tapares o buraco, ele pode voltar ou usar a chantagem como um meio de comunicação“, sublinha o especialista.
Falando em alusão ao ataque cibernético que a empresa NCR sofreu, Hélio Pereira diz que no âmbito nacional “temos um crescimento significativo em nível de consciencialização da alta gestão“, onde temos visto uma “preocupação com a segurança, agora o que ainda dói é que muitos, na alta gestão, entre os nossos líderes superiores, precisam de adicionar o risco cibernético aos riscos a serem pensados em termos de estratégias“.
“Por exemplo, nós temos países como a Ucrânia que não adicionaram os riscos cibernéticos às estratégias, por isso tornaram-se vulneráveis. Nós temos exemplos de empresas que não fizeram isso e perderam muito dinheiro“, reitera.
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Ainda na sua abordagem, o fundador da CyberSecur destaca a falta de literacia por parte de pessoas que utilizam os meios digitais, visto que “é muito preocupante, porque, numa escala de zero a cem, não estamos nem 5% educados sobre como usar os meios informáticos de forma segura“.
“O que mais nos falta é a educação cibernética e controlo interno. Temos vários lugares que têm qualquer controlo e segurança cibernética. A alta gestão nem sabe o que é uma cibersegurança, não sabe qual é o perigo cibernético, ainda pensa que é coisa de outros países, sendo coisa dos filmes, e o que mais preocupa é que existem empresas que não sabem que estão a ser atacadas porque não têm controlo que monitora esse tipo de coisa“, informou.
Por fim, tendo como base o facto de empresas nacionais estarem a sofrer ataques cibernéticos nos últimos tempos, com destaque para a SONANGOL, BPC, NCR e muitas outras, finaliza que a uma necessidade urgente de se apostar cada vez mais e melhor na questão da segurança cibernética em todos os sectores do nosso país.