Vários empresários de Benguela destacaram o grande impacto da implantação de duas centrais de energia solar na província, principalmente na produção de sal.
A classe empresarial referiam-se propriamente aos projetos de energia fotovoltaica que foram adjudicados em março de 2021, nas localidades do Biópio e da Baía Farta, à construtora portuguesa MCA, no quadro da estratégia do Executivo Angolano de produzir uma energia limpa e barata que pode ajudar a reverter os efeitos das mudanças climáticas.
Com um investimento superior a 300 milhões de euros, as instalações terão uma potência instalada de 188,8 megawatts de energia elétrica, que vai abastecer mais de um milhão de pessoas em todo o território da província.
Para Manuel Rodrigues, empresário e proprietário da salina do Chamume, mostrou-se otimista quanto ao futuro da indústria do sal no município da Baía Farta, acreditando que a central de energia solar terá um impacto na redução dos custos de produção.
O empresário vê na aposta das autoridades governamentais um bom incentivo, porquanto a energia solar vai permitir aos produtores de sal poupar recursos financeiros, gastos diariamente com combustíveis.
“A produção de sal não pode depender de geradores, porque os custos com combustíveis são altos”, salientado que as seis salinas, instaladas na povoação do Chamume, necessitam de energia da rede pública para produzir sal de qualidade, em vez de geradores.
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Ainda nessa mesma abordagem, alguns empresários destacaram também os elevados custos com a aquisição de combustível como um fator que condicionou o desenvolvimento do sector e se repercutiu no custo do produto final.
Consultados pela ANGOP, acreditam que com a entrada em funcionamento da central fotovoltaica, outros projetos que andam paralisados há anos possam ser retomados, para que o país possa garantir a autossuficiência e começar a pensar na exportação de sal.
De informar que o Executivo Angolano tem como plano a construção de sete centrais de energia solar fotovoltaica, nas províncias de Benguela, com duas, Bié, Huambo, Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte, totalizando 370 megawatts (MW) de capacidade instalada, num investimento superior aos 500 milhões de euros, financiados pela Agência de Promoção de Exportações da Suécia (SEK).
Com a conclusão dos mesmos, o país juntar-se-á a países africanos com tradição na produção de energia solar, como Quénia, África do Sul, Argélia, Gana, Marrocos, entre outros.