Empresa privada quer produzir aviões em Cabo Verde

2003

Uma empresa checo-cabo-verdiana prevê um investimento inicial de seis milhões de euros para começar a produzir aviões em Cabo Verde para depois vendê-los ao mercado africano.

Venho elaborando este projeto já há dois anos, criei a empresa Aeronáutica Checo-Cabo-Verdiana, empresa que irá produzir os aviões da Orlican e Air Craft Industries em Cabo Verde“, disse Mónica Sofia Duarte, diretora executiva da empresa criada recentemente na República Checa.

Mónica Duarte é também vice-presidente da Câmara do Comércio Checo-Cabo-Verdiana, criada em abril de 2022, que no ano passado realizaram a primeira feira de negócios entre os dois países, lançado a ideia de começar a produzir pequenas aeronaves em Cabo Verde.

A responsável indicou que vai iniciar já neste ano a instalação da fábrica, na cidade da Praia, perto do atual aeroporto internacional, que considera “um lugar estratégico”, dando conta que a empresa já tem dois hectares de terrenos para implementar o projeto nesse local.

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Segundo a promotora, será necessário, na primeira fase, um investimento de cerca de seis milhões de euros, enquanto a implementação e a fabricação dos primeiros aviões com o “know-how” e a licença da Orlican demoram cerca de três anos ate à produção dos primeiros cinco.

Pretendemos levar técnicos cabo-verdianos para se estagiarem na fábrica da Orlican (produtora de suplementos para pequenas aeronaves desde 1935) na República Checa e a fabricar depois em Cabo Verde. O processo e a qualidade serão os mesmos que os dos aviões feitos na Europa“, salientou na entrevista à Lusa.

Quanto aos aviões da Air Craft Industries L410, indicou que serão inicialmente revendidos somente no mercado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), mas posteriormente não descarta a hipótese de fabricá-los ou montá-los em Cabo Verde.

“Cabo Verde como porta dos investidores checos em África” foi o lema da feira, daí a diretora executiva da Aeronáutica Checo-Cabo-Verdiana justificar a intenção de entrar no mercado da CEDEAO a partir de Cabo Verde.

Temos parceiros em outros países de África, como a Tunísia e a África do Sul, que estariam disponíveis a colaborarem connosco como forma ou caminho seguro e eficiente para o mercado europeu. A posição geográfica de Cabo Verde, a estabilidade política, os incentivos da parte do Governo para com os investimentos externos são fatores imprescindíveis para motivarem os empresários a apostarem em Cabo Verde“, apontou a engenharia física e empreendedora cabo-verdiana, natural de Santa Cruz, norte da ilha de Santiago, residente há vários anos na Chéquia.

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