Elon Musk concedeu uma entrevista à BBC, a partir da sede do Twitter em São Francisco, onde abordou diversos temas polémicos em que está envolvido, desde a compra da rede social e respetivos despedimentos, aos seus hábitos de trabalho.
Sobre a compra do Twitter, admite que foi obrigado a completar a aquisição porque estava prestes a ser forçado por um juiz do tribunal a completar o negócio. De recordar que Elon Musk mudou de ideias sobre o “takeover” da empresa e acabou por ser processado em tribunal para fechar a aquisição. Na altura, alegou que o Twitter não era transparente sobre a divulgação correta do número de contas falsas e que representava 5% dos utilizadores, responsáveis pela divulgação de spam.
Salienta que o seu tempo frente à rede social está longe de ser aborrecido, mas antes uma grande montanha-russa. “É uma situação bastante stressante nos últimos meses”, embora afirme que a compra da empresa foi a coisa cerca de fazer.
Devido à carga de trabalho, Elon Musk diz que por vezes dorme no escritório, utilizando um sofá na biblioteca que ninguém entra. O magnata já tinha referido anteriormente que trabalhava de noite e de dia, uma “tortura” que não recomenda. Admitiu ainda que dá “tiros nos pés” com a publicação dos seus tweets polémicos. “Penso que não devia publicar tweets depois das 3 da manhã”, salientou na entrevista.
WATCH: The moment @elonmusk confronts @BBC reporter @JamesClayton5 for not being able to provide a single example of hate speech he has witnessed on Twitter.
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Elon also points out the BBC’s double standards regarding Covid misinformation. pic.twitter.com/EBRCcOrTP4— Censored Men (@CensoredMen) April 12, 2023
No esclarecimento sobre o estado de saúde financeiro da rede social, Elon Musk acredita que está aproximadamente no seu “breaking even”, devido ao regresso dos anunciantes. Acredita que o próximo trimestre possa ser positivo em termos de fluxo de caixa, se tudo continuar a correr bem como até aqui.
Por outro lado, também contribuiu os despedimentos realizados quando assumiu a empresa, na redução da mão de obra de 8 mil funcionários para 1.500, algo que afirma não ter sido fácil. No entanto, afirmou que “caso todo o barco afundasse, ninguém teria trabalho”, justificando os despedimentos. Na altura causou polémica pelo ultimato feito aos funcionários que ficaram, que teriam de entrar num modo “hardcore”, num compromisso total ou sair da empresa.
Admitiu alguns dos problemas com a rede social, devido à saída dos muitos engenheiros, mas que as falhas no acesso à plataforma não têm sido longas e que o website está atualmente a trabalhar corretamente. Elon Musk tem também estado muito ativo no combate à desinformação e discurso de ódio, mencionando que desde a aquisição tem vindo a diminuir. Esse trabalho deve-se sobretudo aos esforços em acabar com os bots, responsáveis pela propagação de fake news. Refere ainda que tem mais confiança em “pessoas comuns” do que os jornalistas, questionando se estes são sempre justos, na verdade.
Durante a entrevista Elon Musk reforçou que o símbolo azul de verificação das contas, através do antigo sistema, vai mesmo ser retirado em breve. Tal como avançado, após o dia 20 de abril, apelas as subscrições pagas garantem essa verificação. Falou-se ainda na possibilidade da proibição do TikTok, afirmando não concordar com a medida, mas que se isso acontecesse, poderia beneficiar o Twitter.
Questionado sobre a sua sucessão como CEO do Twitter, que desde dezembro de 2022 tem sido falado, é referido que ainda não existe uma lista com potenciais líderes. No entanto, de forma igualmente irreverente, afirma que já deixou de ser o CEO do Twitter e que o cargo é ocupado atualmente pelo seu cão.