Maria de Assunção, directora-geral do Instituto Superior São Joâo Paulo II, defendeu nesta terça-feria (28), a generalização em Angola das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e apelou para a cautela de riscos que elas apresentam quando são mal exploradas.
A directora que falava à margem da palestra sobre “Contribuição da mulher na produção científica: Premissa para a Inovação e Desenvolvimento Científico do País”, realizada em Luanda no quadro da jorna da Março/Mulher, a responsável disse que no meio rural estas ferramentas podem simplificar o trabalho das pessoa.
A utilização das tecnologias da informação e comunicação põe em causa as hierarquias, tanto geográficas como políticas, e as abordagens clássicas em matéria de emprego, de educação e de formação e abre novos espaços de actividade económica, social e cultural, que revestem um grande interesse para as populações rurais.
“Devemos aceitar estas tecnologias, porém temos que ter muito cuidado para não combaterem os nossos hábitos e costumes, desvirtuando a nossa identidade cultural”- Maria de Assunção
A capacidade das tecnologias da informação e da comunicação de suprimir as distâncias num contexto económico actual e cada vez mais mundializado conduz a uma reavaliação das estratégias de desenvolvimento local e regional nas zonas rurais. Com a Internet, os telemóveis e os programas informáticos de trabalho em grupo, a sociedade da informação está a invadir o campo, tal como já tinha invadido as cidades.
Segundo a directora estas ferramentas podem ser entendidas como um conjunto de recursos tecnológicos integrados entre si, que proporcionam, por meio das funções de hardware, software e telecomunicações, a automação e comunicação dos processos de negócios, da pesquisa científica e de ensino e aprendizagem.
As tecnologias da informação e da comunicação têm qualquer coisa de aparentemente paradoxal: por um lado, evocam a mundialização da economia, a internacionalização dos mercados, a organização de redes à escala planetária e outras tendências pesadas sobre as quais parece muito difícil exercer qualquer controlo; por outro lado, o seu interesse para o desenvolvimento local parece evidente, porque é a transformação das indústrias e dos serviços que está em jogo, o mesmo acontecendo quanto ao futuro do trabalho e do emprego.
As TIC podem reforçar as actividades tradicionais das zonas rurais (agricultura, silvicultura, pesca, exploração mineira) e as suas produções derivadas (agro-alimentar, sector da madeira, artesanato, etc.), mas também o turismo, que se desenvolveu consideravelmente nos últimos vinte ou trinta anos.