A digitalização dos serviços da Administração Pública prevista no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027) poderá fazer com que haja um maior número de ataques cibernéticos, revelou Manuel Frangão, vice-procurador geral da República.
O dirigente que falava durante a conferência nacional sobre cibercrime, frisou que esse hoje é de 20 por cento superior aos números de ciberataques no ano passado e onde os números actuais dos crimes cibernéticos, registados pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), andam à volta de 1.430, dos quais 654 são crimes de burla informática, 525 de atribuição de falsa identidade, 206 de acessos ilegítimos.
Segundo ainda o gestor, que analisou “o crescimento do cibercrime e do seu impacto em Angola”, na conferência organizada pela Penttinali, a falta de cultura de denúncia, muitas vezes, tem estado a provocar perdas financeiras às entidades envolvidas.
“Recentemente tivemos um caso de ransomware, a empresa teve que pagar 75 mil USD aos criminosos e mesmo assim não recuperou os dados“, referiu, sem avançar o nome das entidades para não expor a vítima.
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A 2ª Conferência Nacional sobre Cibercrime reuniu especialistas numa análise profunda sobre “A Ascensão do Cibercrime em Angola”.
Durante dois dias, a 2ª Conferência Nacional sobre Cibercrime foi um espaço de debate e análise sobre temas críticos relacionados com o cibercrime em Angola, delito que tem vindo a aumentar nos últimos anos em todo o mundo. A conferência foi também uma oportunidade para apresentar o Novo Gabinete de Cibercrime e Prova Electrónica da (PGR), que marca um passo importante de Angola no combate ao crime no mundo digital.