Os crimes cibernéticos custaram mais de um bilião de kwanzas a sociedade civil angolana, nos últimos dois anos, fenómeno esse que tem crescido rapidamente no país e deixa milhares de cidadãos em alerta.
Segundo os dados oficiais revelados, montante defraudado foi de 1 bilião, 137 milhões, 169 mil, 783 kwanzas e três cêntimos, principalmente pelas redes sociais, em crimes de burla e difamação.
Quanto aos números anuais, a média dos prejuízos causados pelos crimes puníveis, nos termos do Código Penal vigente, é de 568 milhões 584 mil e 891 kwanzas.
Nos últimos dois anos, o país registou 2.280 denúncias de crimes cibernéticos, sendo que 53% foram registadas em 2022.
Os números ainda ressaltam que entre os crimes com maior incidência, em 2021 e 2022, destacam-se burlas informáticas, com 583 casos, falsidade informática, com 511, acesso ilegítimo a sistema de informação e devassa da vida privada, com 388, furto, com 373, e extorsão, com 196, assim como injúria, difamação e calúnia, com 130 ocorrências.
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Dos casos mais mediáticos, registados nos últimos três anos, em Angola, saliente-se o ocorrido, em julho do ano em curso, no Banco de Poupança e Crédito (BPC), ao sofrer um ataque cibernético de origem desconhecida, que causou constrangimentos aos clientes.
Ressalta-se também o caso da Sonangol, ocorrido em junho de 2019, que deixou a petrolífera estatal parcialmente paralisada durante, pelo menos, dois dias.
Na altura, as investigações preliminares mostraram que um grupo de “hackers” teve acesso a informações privilegiadas de mais de sete mil computadores da empresa petrolífera.
Na verdade, as ameaças cibernéticas desafiam hoje a capacidade de resposta da maior parte das organizações no país, obrigando a investimentos para se evitar “estragos” nos sistemas informáticos e para fazer face aos inúmeros casos de crimes cibernéticos registados.