Cerca de dez estúdios de criação de jogos criaram a Pan Africa Gaming Group (PAGG), que vem para ser um marco com mais de uma centena de jogos “Made in África” e com o plano de colocar África no mapa da indústria global de gamming, que em 2021 valia mais de 300 mil milhões USD, segundo um estudo da consultora Accenture, informa o jornal jornal Expansão.
O convénio tem como objectivo partilhar recursos de modo a criar oportunidades económicas na indústria do jogo, e desde que foi lançada na Semana dos Jogos de África 2022, na Cidade do Cabo, África do Sul, já integra estúdios de 9 países e na diáspora.
Segundo ainda o que foi revelado a imprensa, além de criar jogos, a PAGG pretende formar a nova geração de criativos, com incubadoras em cada um dos mercados africanos.
“Juntos, representamos mais de 200 profissionais e 8 línguas. A nossa equipa tem mais de 30 anos de experiência, liderando algumas das maiores empresas de jogos a nível mundial, incluindo a Ubisoft, Electronic Arts & Aardman Animation“, disse Dawit Abraham, CEO da Qene Games, da Etiópia, e porta-voz da PAGG, adiantando que todos os membros da rede estão empenhados em #GammingForGood.
O plano de fundo é também aproveitar o poder dos jogos, de modo a “criar um impacto social positivo” nas suas comunidades.
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Todas as regiões africanas estão representadas nesta rede liderada por estúdios da África Oriental: DopeApps (Ruanda), Qene Games (Etiópia), Khanga Rue (Tanzânia) e Usiku Games (Quénia). Segue-se a África Ocidental, com três empresas: Leti Arts (Gana), Kayfo Games (Senegal) e Kiro”o Games (Camarões). África Austral tem um representante (Sea Monster, de África do Sul) e África do Norte outro (Digital Mania, da Tunísia). Messeka Games representa a diáspora africana.
O PAGG está já a desenvolver e a publicar conteúdos locais para os jogadores africanos, tendo em conta que, apesar do enorme mercado, “ainda há muito pouco conteúdo” Made in África, como refere Jake Manion, um dos criativos do grupo.
A Pan Africa Gaming Group está a criar uma porfolio de jogos que “são divertidos, não violentos e com a inclusão de género“, bem como apresentam heróis africanos relacionados com a cultura, música e ambientes locais. “Isto permite que os nossos jogadores se vejam reflectidos nos nossos jogos, o que faz toda a diferença“, acrescenta Manion.
A rede quer também aproveitar o poder do jogo para resolver alguns dos “desafios do continente, incluindo cuidados de saúde, educação, empoderamento das mulheres, e alterações climáticas” e junta duas lojas de jogos africanos, a Gara e a AfroXomix, na maior plataforma africana de publicações electrónicas. Através destas, a PAGG “terá um canal para distribuir os seus jogos ligados às dezenas de plataformas de pagamento de África, incluindo dinheiro móvel e cartões de crédito”.