Um relatório confidencial da ONU revelado pela imprensa sul-coreana nesta quarta-feira (10) aponta que a Coreia do Norte roubou mais de US$ 300 milhões em criptomoedas com ciberataques nos últimos meses. O objectivo seria financiar os programas nuclear e balístico proibidos pela comunidade internacional, afirma o documento.
A Coreia do Norte tem milhares de hackers bem treinados que já atacaram empresas e instituições da Coreia do Sul e de outros países. Os hackers também procuram fontes de receitas para contra-atacar as múltiplas sanções aplicadas contra o país por causa dos seus programas de armamento.
“Uma análise inicial dos vetores utilizados para o ataque e os meios utilizados posteriormente para lavar a receita ilícita revela fortes vínculos com a República Popular Democrática da Coreia (RPDC)”, afirma o relatório.
A pandemia da COVID-19 gerou uma maior movimentação no mercado de criptomoedas, uma vez que o isolamento fez com que todas as transações digitais aumentassem. Além disso, a ditadura asiática invadiu servidores de múltiplas empresas do sector de segurança e defesa militar de outros países. O objectivo era o roubo de informações privadas e sensíveis.
Segundo os especialistas, a Coreia do Norte faz uso de uma técnica mais avançada de hacking chamada de “salto em cadeia”, que visa dificultar ainda mais o rastreio dos fundos roubados. As moedas digitais são então trocadas por dinheiro através de comerciantes chineses.
As habilidades de guerra cibernética de Pyongyang ganharam destaque mundial em 2014, quando a Coreia do Norte foi acusada de atacar a Sony Pictures Entertainment como vingança contra o filme “The Interview”, uma comédia que ironiza Kim Jong Un.