As mudanças tecnológicas no mercado financeiro estão a acontecer com tanta rapidez e ninguém é capaz de dizer com certeza como será o futuro do dinheiro. Mas vários especialistas pelo mundo já adiantam que, nos próximos cinco a dez anos, é possível que as fronteiras monetárias fiquem mais ténues. Afinal, a transformação está apenas a começar.
Estudiosos de todo o mundo prevê tudo: trabalho, casa e captar valores, por exemplo, para ampliar um pequeno negócio. Estes especialistas, a representarem diversas áreas, desde as criptomoedas a bancos digitais, concordam em dois pontos; o mundo financeiro já está em transformação e será muito diferente nos próximos anos.
Num período de cinco a dez anos, o dinheiro mudará de forma, as fronteiras monetárias ficarão mais ténues, a variedade de moedas vai multiplicar-se, cada vez mais as trocas de valor serão instantâneas, e até mesmo cidades virtuais ou “meta países” corporativos poderão abrigar unidades próprias de pagamento.
Nesse novo universo, tecnologias como a DeFi, NFT, criptomoedas, stablecoins, CBDC (Central Banl Digital Currency), metaverso e blockchain ditam as regras do jogo financeiro. Segundo o autor do livro “O Futuro do Dinheiro”, Rudá Pellini, o “dinheiro pode tornar-se num livre mercado onde vence o melhor”. Conforme o especialista, “caminhamos para isso, ou seja, ter diferentes tipos de moedas virtuais no mundo, como as emitidas por corporações”.
O especialista lembra que a própria Meta, controladora do Facebook, num passado recente anunciou a criação de uma moeda virtual para ser usada no seu ecossistema de redes sociais, batizada com o nome de Diem. A ideia continua viva, mas enfrenta a resistência de vários bancos centrais do mundo.
MAIS: Angola com primeira plataforma de tokens não fungíveis (NFTs)
Tudo isto é tão complexo, que começa a fazer sentido quando se explicam alguns conceitos utilizados neste contexto e os aspetos de segurança que começam a ser uma grande preocupação nesta “confusão” de ideias misturadas. Afinal, tudo começa com a possibilidade de digitalizar ativos reais.
Um token é uma chave eletrónica, um pedaço de código que representa algum ativo. Quando se fala sobre tokens na blockchain, agregam-se algumas características da tecnologia, sendo as principais a imutabilidade, a segurança e a transparência. Além disso, os tokens têm a característica de serem descentralizados, seguindo as regras dos seus smart contracts na rede.
Já a tokenização de ativos é a transformação de um ativo real num ativo digital, fragmentado em unidades criptografadas (os tokens). As transações desses tokens ocorrem em uma blockchain, que é uma rede de computacional descentralizada de registo público e seguem algumas funcionalidades de comunicação e interação pré-programadas na sua origem.
Esses tokens são criados de tal forma que podem ser subdivididos, negociados e armazenados em tecnologia de contabilidade descentralizada (DLT). Entre os exemplos de ativos reais que podem ser tokenizados estão os imóveis, empreendimentos da economia real, obras de arte, metais preciosos, etc.
Já entre os ativos não tangíveis que podem ser tokenizados, podemos citar os NFT, ações de empresas, moedas digitais dos bancos centrais (CBDC), patentes, propriedades intelectuais, royalties, entre outras possibilidades.
__________________________________________________________
Esse foi o episódio do Consultório MenosFios de hoje, onde esperamos que seja útil para todo e qualquer pessoa que queira saber mais sobre os Tokens. Agora, pedimos que os nossos leitores a comentem e que contribuam com informações adicionais que julguem serem necessárias sobre esse mesmo tema.
Todas e quaisquer questões que gostassem de ver aqui respondidas devem ser colocadas no canal de comunicação exclusivo e dedicado ao consultório Menos Fios.
Falamos do e-mail criado para esse fim: duvidas@menosfios.com. Este é o único ponto de receção das questões que nos enviarem. Usem-no para nos remeterem as vossas questões, as vossas dúvidas ou os vossos problemas. A vossa resposta surgirá muito em breve.