A maneira como as nossas vidas digitais tornaram-se envolvidas com o mundo físico trouxe novos e grandes desafios para pais, encarregados de educação e professores. Não só porque é essencial ensinar as crianças como ler e perceber informação online na internet, bem como navegar pela Internet em geral, mas também porque há uma infindável lista de riscos à espreita online.
À medida que as crianças se habituam à sua rotina de regresso às aulas, agora é a altura perfeita para pais e educadores as guiarem até uma vida digital segura. No Consultório MenosFios de hoje mostramos algumas dicas que a ESET, uma empresa europeia líder em soluções de cibersegurança, oferece para conseguir isto.
#1 – Definir autenticação forte
Tal como os adultos, as crianças debatem-se com segurança de passwords nos serviços da internet. É possível ajudá-las explicando que devem usar passwords fortes e únicas – e depois mantê-las privadas. E que, mesmo em videojogos, uma password forte protege o seu inventário contra pessoas que querem roubá-lo.
Na verdade, devem considerar usar passphrases, em vez de palavras simples e fáceis de adivinhar, que consistem numa sequência longa de palavras e caracteres – mas não demasiado difícil de memorizar. Algo do tipo “HarryPotterE5Nuggets” é muito melhor do que, por exemplo, “morango”.
É também importante sublinhar o facto de que as passwords ou passphrases nunca devem ser partilhadas com ninguém, e até sugerir usar uma camada adicional de proteção como autenticação de dois fatores. Se necessário, deve-se ajudar as crianças no processo de definição de passwords para proteger as contas online com os seus dados mais pessoais. E por falar em dados pessoais.
#2 – Os dados pessoais são pessoais
Embora seja importante ensinar às crianças que os dados pessoais se devem manter privados na Internet, até adolescentes mais velhos nem sempre percebem todas as implicações de partilhar os seus dados pessoais online, correndo o risco de se tornarem vítimas de phishing.
Deve-se explicar que não é seguro abrir links de origem desconhecida, e que mesmo se for um amigo a enviar algum link, deve-se sempre confirmar se foi mesmo o amigo a enviar e confirmar que o link é válido e seguro, ou se é spam, antes de clicar nele. E o mais importante de tudo é ensinar que nunca se deve fornecer o nome completo, números de identificação, moradas ou dados bancários a ninguém, nem mesmo a amigos.
Como pai ou educador, tem que se ter em consideração o facto de crianças e adolescentes inevitavelmente irem quebrar as regras. Assim, é essencial reforçar a ideia de que, no mínimo, nunca devem revelar a sua escola ou morada de casa a ninguém na Internet.
#3 – Os dados pessoais são importantes
Crescer na era digital significa ter todos os seus dados online, seja numa plataforma governamental ou num perfil em redes sociais. Atualmente até já são usados sistemas de reconhecimento facial, wearables que recolhem dados vitais, bases de dados com as notas dos estudantes e videojogos que exigem registo com dados pessoais. Não há escapatória.
No entanto, é importante que os jovens percebam como estes dados podem ser usados. Deve-se explicar que são valiosos para as empresas construírem perfis personalizados, redes sociais apresentarem anúncios direcionados, governos recolherem informação sobre os seus cidadãos e até servirem como fonte de rendimento para hackers que os usam para atividade maliciosa.
#4 – Partilhar nem sempre é a melhor ideia
De certa forma, dispositivos móveis como portáteis, telemóveis e tablets deram um novo significado ao conceito de computador pessoal. Mas a verdade é que os computadores foram feitos para serem usados por utilizadores individuais, não partilhados. As crianças e adolescentes podem não saber isto, partilhando os seus dispositivos com os amigos ao mostrar imagens ou jogar videojogos.
No entanto, se isto acontecer, deve sempre ser feito sob a sua supervisão. Não só por uma questão de segurança para evitar partidas não muito engraçadas, mas também para proteger os seus dados pessoais. E mais importante ainda, nunca devem emprestar os seus dispositivos a alguém que não conhecem – sem exceção.
#5 – Cuidado com estranhos
Mais um tópico que pais e educadores devem abordar com os mais jovens é o perigo de interagir com estranhos. Embora o mais simples seja ensinar a nunca entrar no carro de um estranho, a Internet é basicamente um grande espaço público cheio de estranhos. É importante explicar-lhes o que pode acontecer se não tiverem cuidado, e como prevenir situações indesejadas.
As crianças devem saber que a Internet é um lugar onde as pessoas, escondidas atrás de computadores, podem ser desagradáveis. E que quanto mais dados partilham, maior o potencial perigo; por outras palavras, maior a probabilidade de adultos mal-intencionados conseguirem obter e depois subverter a sua confiança e amizade, ou de outra forma usá-la contra eles.
É por isso que é essencial ensinar as crianças a ter cuidado, não só com pessoas que não conhecem, mas também com quem conhecem, expondo o significado de conceitos como cyberbullying e grooming, e como os estranhos podem dar-se ao trabalho de construir amizades falsas para enganar os jovens e levá-los a partilhar dados pessoais, potencialmente resultando em intimidação, medo ou até dano físico.
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