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Comunidade Bitcoin Angola lamenta proibição de mineração das criptomoedas

proibição da atividade de mineração de criptomoedas em todo o território nacional e os serviços profissionais a elas associadas não vai impedir que seja feita clandestinamente e implica perda de receitas nacional, na opinião do gestor da comunidade Bitcoin Angola, Euclides Manuel.

Falando em entrevista a Lusa, o especialista da comunidade Bitcoin Angola, que conta com 29 mil membros e está em atividade há cerca de sete anos, sugere antes a regulação da atividade, ressaltando que “o país vai perder muito com essa nova lei”, disse Euclides Manuel.

Nós temos mantido contactos com algumas entidades para expandir o uso das ‘cripto’, temos dado alguns contributos, o que estávamos à espera era que a lei fosse a consulta pública”, disse Euclides Manuel, sublinhando que, em vez de proibir, outros países têm caminhado no sentido da regulação, pois identificam vantagens ligadas à atividade.

Além disso, realçou, será muito difícil impedir a mineração e o uso de criptomoedas, pois são “atividades descentralizadas”

Concordou, no entanto, que a mineração, que exige grandes quantidades de energia para produzir ‘bitcoins’, deve ser regulada.

Segundo Euclides Manuel, são cidadãos estrangeiros (brasileiros, chineses, vietnamitas e israelitas) que se dedicam a esta atividade em Angola, porque a energia é barata.

Muitos mineradores só são descobertos por gerarem sobrecargas na rede ou por causa do barulho das máquinas incomodar a população.

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“O Governo podia criar uma lei, com contratos específicos, tanto para pessoas singulares como coletivas, que permita cobrar o preço justo”, sugeriu.

O gestor de ‘bitcoins’ sublinhou que, além das receitas adicionais, pelo facto de licenciar a atividade, o Estado angolano sairia também a ganhar com a cobrança de taxas aduaneiras, já que as máquinas de mineração são importadas da China.

Outra das vantagens seria a promoção da inovação tecnológica e o aproveitamento do excesso de energia produzida para a mineração, permitindo a diversificação da economia.

Deu como exemplo a Namíbia, onde a atividade foi legalizada, destacando que muita da mineração que se faz nesse país usa energia produzida em Angola.

Outro exemplo é a Nigéria, onde a população local tem usados as criptomoedas como refúgio para escapar da inflação, tal como os utilizadores angolanos – sobretudo homens, assalariados, entre os 18 e 35 anos – que recorrem também à moeda digital para enviar remessas para o estrangeiro, com menos custos e maior rapidez.

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