Pelo que tem sido visto nos últimos tempos, levando em conta a tendência crescente do comércio electrónico em Angola, o nosso país tem mostrado potencial para se tornar um eixo importante na movimentação e distribuição logística na África Austral.
Embora que a distribuição, logística e a realidade do sector no país, bem como o melhoramento das infraestruturas rodoviárias, de telecomunicações, aquisição de divisas e a celeridade processual sejam um dos muitos problemas neste sector, as empresas presentes no território nacional que trabalham com o comércio electrónico continuam confiantes na expansão do mercado nacional.
Empresas como DHL, Correios de Angola, Tupuca, Kubinga, Soba e-store, Mamboo, Buitanda e muitas outras acabam por desempenhar um “papel importante” na credibilização e distribuição das vendas feitas através das crescentes plataformas digitais, diz Bruno Monteiro, Director de Operações da DHL, falando para a revista Economia & Mercado.
Na ideia do gestor, o mercado nacional “é muito atractivo“, considerado aspectos como a estabilidade política, a sua posição geográfica, sem esquecer claro do bom caminho que empresas do comércio electrónico tem estado a percorrer.
“Angola está geograficamente bem posicionada para se tornar numa plataforma logística na região” diz Bruno Monteiro, falando para a revista económica nacional.
Para vários analistas nacionais, o Corredor do Lobito é apontado como um exemplo evidente de tais potencialidades, onde para os mesmos, com o melhoramento das vias de acesso pelo executivo nacional vai aumentar exponencialmente a oferta de voos de carga, visto que é um investimento-chave e importante para o aumento da oferta de bens e serviços.
Emerson Paim, Diretor-geral da Kubinga, é outro gestor que considera o nosso país “geograficamente abençoado“, concernente ao comércio electrónico. A maturidade e a estabilidade política de Angola na última década, são coisas outros pontos importantes que dão mais garantia ao nosso país, na opinião do “Founder”, que deu exemplo do acordo que viabilizou a Zona de Comércio Livre Continental Africana, assinado em Novembro de 2020.
“acrescidos ao crescimento populacional superior a 3%, mais a aposta na produção nacional, apoiada por uma política eficaz de incentivos, são, com certeza, elementos muito positivos. Aqueles que conseguirem garantir um posicionamento consistente terão, com certeza, maiores oportunidades”, acrescenta o Director-geral.
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Nos últimos tempos a Kubinga tem dado grandes passos em território nacional, onde em Novembro de 2019 conseguiu o “Breakeven Operacional“, apenas com o produto denominado “Boleias“, que passa por transportar as pessoas de um ponto para outro. Nesse momento a Kubinga expandiu os seus serviços para o sector logístico e de distribuição, sem esquecer é claro que agora conta com uma carteira digital e marketplace, disponível para dispositivos Android e IOS.
Ainda falando das empresas que estão na principal senda do comércio angolano, destaque para a Sócia, plataforma digital que permite aos consumidores repartirem os custos de produtos comprados no mercado grossista, onde o seu Manager, Augusto Firmino, é da opinião que os preços das tecnologias desenvolvidas posiciona-se como factor de exclusão as soluções, sendo que, em sentido contrário, facilitariam a sua utilização por parte dos usuários e aumentaria o nível de educação tecnológica dos mesmos e elevaria o nível de reputação das empresas que as desenvolverem.
Embora todos esses aparatos, o gestor diz ainda sobre alguns factores que tornam o mercado angolano menos atractivo.
“ainda a um longo caminho a percorrer, sendo que actualmente ainda é o Estado Angolano, maioritariamente, o gerador de empregos. Ainda estamos longe da qualidade que desejamos“, argumenta Augusto Firmino.
Falar de comércio electrónico em Angola é falar também da Tupuca, que desde 2015 é uma das startups nacionais que mais cresce, que com a pandemia da Covid-19, teve uma subida vertiginosa na sua facturação mensal. De acordo com os dados disponibilizados pelo jornal “Valor Económico”, a Tupuca teve um aumento de 100% das suas vendas, onde a empreza liderada por Erickson Mvezi, tem como plano nos próximos meses atingir a marca de um milhão de entregas.
Pelos números que foram disponibilizados, no corrente ano a Tupuca fez mais de 250 mil entregas, número que supera estratosfericamente os 10 mil registados em 2016, ano que começou as suas operações.
A Tupuca ainda informa que nos últimos meses teve mais de 150 novas empresas registadas na sua plataforma, totalizando 1.300 empresas no seu aplicativo, sem esquecer também dos 150 novos colaboradores que contratou. Mvezi ainda conta que a sua startup lançou um programa de expansão dos negócios, nesse ano, que tem como plano de fundo as províncias do sul de Angola, iniciando as actividades em Benguela e Huíla.
Confira agora os números dessas empresas nos últimos anos.*
DHL
Produtos Distribuídos em 2019: Mais de 200.000
Produtos Distribuídos em 2020: Mais de 1.000.000
Colaboradores: Mais de 100
TUPUCA
Produtos Distribuídos em 2021: Mais de 250.000
Produtos Distribuídos em 2016: Mais de 10.000
Colaboradores: 250
KUBINGA
Produtos Distribuídos em 2019: Mais de 145.000
Produtos Distribuídos em 2020: Mais de 222.000
Colaboradores: 21
SÓCIA
Produtos Distribuídos em 2020: Mais de 100 itens por mês(Média)
Produtos Distribuídos em 2020: Mais de 3.000 itens por mês(Média)
Volume de Negócios/Mês: Mais de 100.00
*Informação disponibilizada pela revista Economia & Mercado