Os clientes bancários angolanos estão a receber positivamente a digitalização e modernização das operações, na opinião do Presidente da Associação de Bancos de Angola (ABANC), Mário Nascimento.
Falando ao semanário Expansão, no contexto de o Multicaixa Express transacionar mais dinheiro do que os ATMs, o especialista frisa que isso significa que os angolanos estão a desmaterializar a utilização do dinheiro e dos cartões físicos.
Ainda assim, admite que a digitalziação da banca não passa só pela utilização do Multicaixa Express, que é um canal que privilegia muito a instantaneidade das operações. Mário Nascimento adianta que há mais a ser feito pela banca no sentido de digitalizar o sistema financeiro nacional, onde há já bancos que permitem abrir contas e fazer solicitação de crédito por via de mecanismos digitais, embora considere que é necessário trazer mais produtos e serviços para os meios digitais, até porque o futuro da banca no País depende da digitalização.
Nascimento defende que esta modernização do sistema bancário vai diminuir custos ao sector, já que os bancos num futuro mais distante vão deixar de instalar ATMs, que elevam os custos com energia e manutenção, e vão deixar de emitir cartões físicos e outros produtos que requeiram equipamentos físicos.
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Já Nelson Prata, Presidente da Associação Angolana de Defesa do Consumidor de Serviços e Produtos Bancários (ACONSEBANC), considera que ainda é cedo para pensar numa digitalização efectiva, mas admite que há “claramente uma mudança ou alteração no perfil dos clientes bancários e, consequentemente uma maior adesão aos canais digitais. Por outro lado, enquanto continuarmos a ter um elevado nível de informalidade na nossa economia, o dinheiro físico continuará a ditar as regras na srelações económica se comerciais“.
Para o responsável da ACONSEBANC, o maior desafio da digitalização dos produtos e serviços financeiros continuará a estar relacionado com as questões de segurança dos depósitos dos clientes.
“Facilmente os clientes perderão a confiança se não se sentirem seguros. E a banca digital trás consigo muitos riscos para os utilizadores com baixo nível de instrução digital“, defende.