A cooperação entre a Agência Espacial Norte-americana (NASA), o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), no combate à seca no sul do país, está a ser liderado por Danielle Wood, investigadora do MIT.
Em entrevista ao Jornal de Angola, a investigadora salienta que “tem feito pesquisas sobre os programas espaciais em África desde 2007“, e está impressionada “com o trabalho que o GGPEN tem feito” e apesar de ser “relativamente novo, com cerca de 10 anos de história“, conhece bem o percurso do GGPEN.
No seu discurso, Danielle Wood frisa que o GGPEN durante esse período “tem estado muito ativa a investir em comunicação via satélite, satélites de observação da terra ou sensoriamento remoto” como ferramenta para o desenvolvimento nacional, algo que, também, acontece noutros países africanos.
A especialista referiu, igualmente, que o GGPEN quer usar esses equipamentos, como o “sensoriamento remoto“, para o meio ambiente e “olhar para o impacto da seca no país“.
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Como investigadora do MIT lidera uma equipa chamada “Space Enabled” que tenta questionar “como podemos usar tecnologia espacial para permitir o desenvolvimento sustentável”.
O Projeto, designado “Apoio a Gestão da Seca em Angola usando Modelagem Integrada do Meio Ambiente, Vulnerabilidade, Tomada de Decisão e Tecnologia (EVDT) ”, é uma parceria entre o MIT e o GGPEN, que tem como meta criar um Sistema de Apoio à Decisão de Secas para Angola.
Os últimos dados estatísticos do Programa Emergencial de Combate à Seca no Sul de Angola dão conta que 1,3 milhões de pessoas estão afetadas pelo fenómeno da seca nas províncias do Cunene, Namibe, Huíla e Cuando Cubango, e para contribuir na mitigação dos efeitos da seca e apoiar o Executivo na resolução deste problema, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), através do GGPEN, tem em curso o Projeto de Catalogação e Quantificação dos efeitos da Seca no Sul de Angola, através da geração e utilização de dados de satélite, capaz de melhorar a gestão hídrica e o monitoramento da seca na região.