A tensão entre nações estende-se ao mundo virtual, onde hackers e grupos especializados em cibersegurança desempenham um papel crucial. O grupo indiano ‘Bitter’, por exemplo, é uma ameaça significativa para a China no que toca à segurança cibernética. Mas o foco recente recai sobre as acusações feitas pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido contra a China.
Os dois países apontaram o dedo ao gigante asiático, acusando-o de montar uma rede de ciber espionagem com o objetivo de recolher informações confidenciais de legisladores, jornalistas, académicos e empresas, algumas das quais com contratos ativos com os Departamentos de Defesa dos EUA e do Reino Unido. O Ministério da Segurança do Estado da China foi diretamente responsabilizado por estas ações.
A ameaça identificada recebeu o nome de ‘Amenaza Persistente Avanzada 31’ (APT31), uma designação que, apesar de pouco imaginativa, reflete a seriedade com que os responsáveis pela cibersegurança dos EUA e do Reino Unido encaram este grupo. APT31 é um exemplo clássico de uma ameaça persistente avançada, caracterizada por ataques prolongados que permitem aos intrusos, acesso contínuo a redes e documentos supostamente seguros.
A operação de espionagem atribuída ao APT31 não é apenas extensa em termos de tempo, mas também em alcance. Membros da Casa Branca, senadores dos EUA, parlamentares britânicos e funcionários de governos estrangeiros alinhados com os interesses ocidentais teriam sido alvos desta campanha de espionagem que, segundo relatos, durou mais de uma década.
As consequências destas invasões são vastas, com relatos de comprometimento de contas de e-mail pessoais e profissionais, armazenamento na nuvem e registos de chamadas telefónicas. O impacto no Reino Unido é dito ser semelhante ao experimentado nos EUA, afetando milhões de cidadãos.