Angola conta agora com mais um centro de partilha de dados para o controlo e previsão dos serviços climáticos, avaliado em mais de oito milhões de euros e vai funcionar como um servidor de informações em tempo real para 15 países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Inaugurado na última semana pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), Mário Oliveira, será monitorado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e estando a cargo do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET).
Segundo o diretor do INAMET, João Geraldo, o centro de partilha de dados serve ainda para combater as alterações climáticas relacionadas à seca e cheias, de forma a salvar vidas e alavancar a economia dos países da SADC.
O diretor do INAMET explicou que o lançamento do projeto estava previsto para 2020, mas devido à pandemia da Covid-19 foi adiado.
“Em termos tecnológicos, Angola está no topo dos países de África e comparável aos mais desenvolvidos da Europa e América. Temos, por exemplo, a estação de medição de altitude, que no continente só há na Argélia, porque em outros países esta previsão é feita de forma convencional. Pelo facto de apresentarmos um grande potencial tecnológico fomos escolhidos como o ponto focal desta região”, justificou.
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João Afonso disse ainda que o objetivo do servidor é integrar todos os produtos de forma otimizada para atender as metas estabelecidas.
De informar que Angola acolheu recentemente um seminário sobre os serviços climáticos da SADC, onde participaram vários especialistas e investigadores do clima, com o objetivo de definir as estratégias de funcionamento do servidor e outros aspetos.
O Programa de Serviços Climáticos e Aplicativos Relacionados (ClimSA) da SADC, referiu, contribui para o desenvolvimento das capacidades dos decisores a todos os níveis, assim como para a utilização eficaz das informações dos serviços climáticos.
O objetivo do programa ClimSA da SADC é contribuir para os esforços de adaptação dos países membros às alterações climáticas e à variabilidade climática, fornecendo serviços de previsão e informação climática de base científica aos processos de planeamento nacionais e regionais.
Serve igualmente para reforçar a cadeia de valor dos serviços climáticos, através do desenvolvimento das capacidades dos decisores a todos os níveis, de modo a utilizarem eficazmente a informação e os serviços climáticos. O programa é financiado pela União Europeia (UE).
O encontro vai combinar quatro atividades-chave do programa ClimSA da SADC, sob uma coordenação única, nomeadamente, realizar o primeiro exercício de levantamento das partes interessadas e dos serviços climáticos para o país prioritário, estabelecer canais de comunicação e processos de participação.