O Unitel Money, serviço de pagamentos e transferências móveis e instantâneas por intermédio de terminais telefónicos, da empresa UNITEL Serviços de Pagamentos Móveis, (SU), S.A., movimentou mais de 50 mil milhões Kz nos últimos nove meses (Janeiro a Setembro) de 2024.
Os dados foram revelados recentemente pela empresa, onde em três anos o serviço mobile money da operadora de telefonia móvel Unitel já alcançou perto de 2 milhões de utilizadores, que entram no sistema financeiro através de um número de telemóvel, sem abertura de conta bancária, impulsionando assim a inclusão financeira num País com cerca de 35 milhões de habitantes e com apenas 5,7 milhões de contas bancárias.
Em Angola, os números de clientes do Unitel Money são promissores, mas a margem de crescimento no País e os desafios ainda são grandes, já que há um défice na literacia digital e financeira. Contudo, as taxas de penetração de telefonia móvel, acima de 72%, em 2023, revelam oportunidades no mercado que iniciou o mobile money há três anos. Tratam-se de 25,5 milhões de números de telemóveis activos segundo dados do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) do ano passado.
“Quase dois milhões de clientes já é relevante para o nosso mercado, mas podemos alcançar mais, apesar de termos fraca literacia financeira no País, o que não permite um crescimento mais rápido. Temos estado a crescer de ano em ano de forma consistente, quer a nível de utilizadores como ao nível das transacções realizadas”, referiu, Gulamo Nabi, CEO da operadora Unitel, sem avançar dados comparativos da evolução do Unitel Money.
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Segundo Gulamo Nabi, a Unitel está a alargar os números de agentes em todas as províncias do País e já conta com mais de 50 mil que prestam todos os serviços de carteira electrónica, além de campanhas com foco nos grandes mercados e praças informais, para maximizar a inclusão das vendedoras.
De acordo com a Estratégia de Implementação do Sistema de Pagamentos Móveis de Angola, publicada em Diário da República pelo decreto Presidencial nº 77/17, o BNA como o regulador deve regular os preços do Sistema de Pagamentos Móveis, sendo que os bancos comerciais oferecem a estrutura onde o dinheiro é depositado, pelas Sociedades Prestadoras de Serviços de Pagamentos (SPSP), em nome dos clientes.
Os recursos dos clientes são depositados na conta Jumbo ou Trust Account que são, na prática, contas específicas para proteger os activos e gerir fundos, sendo que o banco não tem uma relação contratual directa com o cliente, mas com Prestadora de Serviços de Pagamento (PSP).
Já a segurança e a transparência das operações e transacções são garantidas por uma entidade que o BNA e o Ministério das Telecomunicações e Tecnologia de Informação e Comunicação Social constituem, com o objectivo de ‘apertar’ o controlo ao branqueamento de capitais e disposições contra financiamento do terrorismo, que são reguladas pela Unidade de Informação Financeira (UIF).