O Primeiro-ministro cabo-verdiano instituiu, esta sexta-feira (17/12), a digitalização do país como um objectivo. Para isso, anunciou a criação de um fundo e de uma tarifa social de acesso à internet para os mais pobres.
O chefe do Governo intervinha, no parlamento, no arranque do debate sobre a “Transformação Digital e Economia Digital em Cabo Verde”, e traçou como grande objectivo tornar o país numa “sociedade digital”, mas considerou que isso implica “assumir na sua plenitude a internet como um bem essencial”. E disse que essa transformação digital deverá permitir melhorar “de forma significativa” a qualidade dos serviços públicos fornecidos aos cidadãos e às empresas.
O chefe do Governo notou que há um conjunto de serviços públicos suportados pelas tecnologias, mas entendeu que, apesar dos avanços na governação electrónica, apenas 7% dos serviços públicos são prestados online, sendo 73% serviços presenciais e com muitos papeis.
“Precisamos alterar substancialmente este quadro”, reconheceu, lembrou ainda que, recentemente foi aprovado Estratégia para a Governação Digital 2021/2024, com um financiamento do Banco Mundial de pelo menos 20 milhões de dólares (17,8 milhões de euros).
Ulisses Correia e Silva disse também que o país precisa “avançar mais” na digitalização para a melhoria do ambiente de negócios, prometeu para o próximo ano melhorias no regime de abertura de empresas com a Janela Única, que vai permitir a integração e a interoperabilidade de serviços.
Ainda neste sector, Ulisses Correia e Silva traçou como outro objectivo tornar Cabo Verde num “Centro digital de referência” na região, através dos cabos submarinos de fibra óptica que ligam as margens do Atlântico e a sub-região africana.
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