As instituições bancárias angolanas devem acompanhar os processos inovadores a fim de adotar os padrões tecnológicos, segundo o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Manuel Tiago Dias.
Falando na II edição do “Angola Baking Conference”, o responsável disse que diante das potencialidades e riscos desta nova dinâmica, “o desafio das autoridades é garantir que o sector financeiro acompanhe os processos inovadores com objetivo de adotar os padrões tecnológicos internacionais, absorvendo os benefícios da tecnologia e mitigando os riscos ao mesmo tempo que mantém a segurança jurídica e institucional”.
Por isso, apontou que é importante referir que o banco de compensação internacional afirma que o futuro dos bancos centrais passa por acompanhar a inovação.
Por essa razão, o governador do banco central entende que, para o fórum de Luanda, o referido tópico tornou-se crucial na agenda de trabalho, pois no processo de inovação tecnológica afeto ao sector financeiro de forma ampla, os bancos centrais precisam de acompanhar a digitalização e caminhar no processo da sua implementação.
“A realização deste evento representa o reconhecimento da crescente importância dos bancos na economia angolana na medida em que atividade bancária tem impacto direto na vida dos cidadãos”, afirmou.
O governador Manuel Tiago Dias realçou que a inovação e a adoção dos princípios “ESG” são princípios que devem estar no centro da transformação do sector bancário, por via de medidas aplicadas internamente ou por imposição dos clientes e dos investidores, através das exigências de acesso à informação e qualidade para subsidiar as decisões.
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Conforme disse, os últimos anos têm trazido novos desafios para o sistema financeiro à esfera global, que tem vindo a passar por um alto processo de digitalização e surgimento de novos modelos de negócios, novos produtos financeiros e soluções tanto no “backoffice” como no “frontoffice”.
No entender do governador do BNA, estas inovações trarão benefícios, no caso uma maior eficiência produtiva e melhor alocação de recursos, ao mesmo tempo que vão ampliar o acesso dos cidadãos e das empresas ao sistema financeiro.
Porém, destacou, não se pode deixar de referir que representam novos desafios para as autoridades na medida em que parte destas inovações trazem questões não cobertas, criando vazios regulatórios, o que pode assim gerar desincentivos aos usuários novos produtos e serviços financeiros.
“As inovações chegam por diversos caminhos, tais como a entrada de novos participantes do mercado, como é o caso das “fintechs” e as “bitechs”, que pressionam para uma nova dinâmica competitiva no sector. Além disso, acrescentou Manuel Tiago Dias, novos ativos financeiros e novas formas de transações também surgem, como são os casos dos criptoactivos e o modelo livre de liquidação centralizada como mudanças significativas da infraestrutura das operações.