O sector bancário angolano tem sido um dos principais visados pelos hackers, o que tem preocupado as autoridades angolanas, segundo o Gilberto Mizalaque, Procurador-Geral Adjunto da República e Director do Gabinete de Cibercriminalidade e Prova Electrónica da Procuradoria Geral da República.
Segundo o responsável, a PGR tem trabalhado directamente com os órgãos de polícia criminal para prvenir ataques, utilizando recursos tecnológicos e capacitação de quadros, mas apesar dos esforços não existem sistemas 100% seguros.
“Os ataques informáticos não são uma questão de se, mas de quando. Precisamos estar preparados para mitigar os efeitos ou responsabilizar os agentes“, afirmou, ressaltando que os ataques muitas vezes têm origem fora do país, sendo realizados por hackers em diferentes partes do mundo.
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Para enfrentar a crescente ameaça, o procurador defende o aumento da literacia digital da população, a aquisição de tecnologias avançadas, assim como a capacitaçã contínua dos profissionais.
“Nós os órgãos de investigação criminal e judiciários, precisamos estar munidos de meios técnicos e recursos humanos para dar resposta a estes fenómenos“, disse.
Ainda no seu discurso, Gilberto Mizalaque reiterou que entre os crimes mais comuns estão as burlas informáticas, em que vítimas são persuadidas a fornecer os seus dados bancários ou realizarem transferências bancárias sob falsos pretextos, como prémios inexistentes.
“Nós mesmos criamos um ambiente de permissibilidade para estes crimes, por falta de literacia digital“, alertou.
Embora estejam ainda em levantamento os números precisos, o procurador revela que foram acompanhados centenas de processos, com destaque para os casos de jogos ilegais online, simboxing e pornografia infantil na internet. Entre os casos mais relevantes estão três processos ligados a jogos ilegais online, com cerca de 80 pessoas já detidas e outras fugas.