Apenas 2% das startups em Angola receberam financiamento por Venture Capital, revelou o Estudo sobre o Ecossistema de Empreendedorismo e Startups de Angola (ESA) 2022.
Cerca de 33% das startups consideram o financiamento público ao fundo perdido e Business Angels (Investidor Anjo) como a medida mais adequada para o nível de maturidade atual.
Do total, 66% das startups angolana considera que existe um ambiente adequado para a colaboração com grandes empresas, com destaque para bancos, seguradoras e empresas de telecomunicações.
Nos últimos tempos, o surgimento das startups em Angola evolui desde 2018, sendo que 2020 foi o ano com maior registo, onde cerca de 30% startups fundadas com destaque para as fintech e e-commerce. Um número que registou decréscimo de 7% em 2021 e 3% em 2022.
No que respeita a facturação, o número foi bastante significativo em 2022 com o volume de negócio estimado em 100 milhões de kwanzas, em detrimento dos 10 milhões registados em 2021.
A investigação revelou ainda que mais de 70% das startups já participaram num Programa de Aceleração ou de Incubação, instituições relevantes para o apoio efetivo para novas PMEs e em crescimento.
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Os atores dizem que existe um espaço de colaboração no mercado entre as startups e instituições de crédito, mas consideram importante a intervenção do Governo para o fomento do ecossistema. Apontam a existência de poucos programas e falta de regulamentos suficientes para apoiar às startups.
Para João Nkosi, Presidente do Conselho da Administração do Instituto Nacional de Apoio as Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), Angola precisa acompanhar o dinamismo de outros países, criando sinergias com outras instituições governamentais e financeiras para, por um lado, conformar uma lei que acautela e regulariza o mercado, por outro, tirar maior partido possível dos sectores inovadores ao nível de pequenos negócios.
Segundo José Bucassa, esta iniciativa resulta de uma análise e avaliação do ecossistema angolano a nível da SADC e da CPLP, uma série de pesquisas a nível da sociedade, sobretudo a camada mais jovem com relevância aos usuários de telemóvel e internet em Angola.
José Bucassa afirma que este número saltou de 14,8 milhões para 22,1 milhões no terceiro trimestre de 2022, sendo que os números em causa permitem mais pessoas acederem as ferramentas tecnológicas e enveredarem ao empreendedorismo digital.
De acordo com o ranking da Global Startup Ecosystem Report entre 2017-21, Angola obteve a quarta classificação entre os países dos PALOP e da SADC com um financiamento de 570 mil dólares em Venture Capital.