O Angosat-2 ficou pronto na terceira semana de Julho, já está em Baikonur no Cazaquistão junto à placa de lançamento, mas aguarda agora a decisão do governo para seguir para o espaço.
E esta já foi tomada: o lançamento será apenas depois das eleições, possivelmente um dos primeiros actos públicos do futuro Governo. “Tecnicamente está tudo pronto“, explicou um dos responsáveis do projecto ao Expansão. A informação é confirmada por uma informação publicada no site da empresa espacial russa (ISS).
Segundo o jornal Expansão na sua edição desta sexta-feira, avança que, de acordo com fonte do Governo, nesta altura o foco é a campanha eleitoral, e o lançamento do Angosat-2 obrigaria a deslocar para o Cazaquistão, durante alguns dias os dirigentes de topo do País, nomeadamente o Presidente da República, pelo que a opção foi adiar por dois meses este lançamento.
“Nesta altura teria de alterar-se a estratégia que foi delineada para esta campanha, nomeadamente cancelando algumas das acções que estavam programadas. Seria complicado“, explica.
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O Angosat-2 é muito diferente da primeira versão, tendo beneficiado de inúmeras alterações de acordo com a evolução tecnológica e das necessidades que hoje o País tem. Na altura, a grande preocupação era a comunicação por voz, que fazia com que o Angosat-1 tivesse 16 transponders da banda C (voz) e apenas 6 da banda KU (dados). O Angosat- -2 já é um satélite de dados, tem apenas 6 transponders da banda C e 24 feixes da banda KU.
A velocidade de transmissão de dados do satélite é também muito rápida, quase sete vezes mais, sendo que o anterior tinha uma velocidade de 2 gigabytes/minuto, e o Angosat-2 terá a possibilidade de enviar informações a 13,2 gigabytes/minuto. Para se ter uma ideia da capacidade do satélite, o Angosat-2 tem 24 feixes instalados mas com apenas 4 feixes (bins) será possível cobrir todo o território nacional, sendo que os restantes 20 poderão ser comercializados.
São feixes localizados, que permitem a sua orientação para outros territórios ou zonas específicas. De acordo com o que está publicado nos sites da especialidade, em África apenas o Egipto tem um satélite com estas potencialidades, sendo que a África do Sul, que tem cinco satélites, não tem nenhum com estas características, desta “nova” família de alta taxa de transmissão de dados.