Mário Oliveira, ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, disse em entrevista ao Jornal de Angola, publicada sábado último (19), que a capacidade do ANGOSAT-2 em banda C já está comercializada em mais de 80%, enquanto a banda Ku, actualmente em 30%, deverá atingir 60% até final do ano.
A nível da região, o satélite angolano já presta serviços na Zâmbia, numa altura em que estão feitos testes com a África do Sul, através da empresa Sentech, e aguarda-se pela efectivação do contrato, segundo o governante.
Segundo Mário Oliveira, o sector está perfeitamente alinhado com a visão de curto, médio e longo prazo que o Executivo propõe para o país, conforme estabelecido no Plano de Desenvolvimento Nacional 2023 – 2027, no Livro Branco das TIC 2023 – 2027, na Estratégia de Longo Prazo para Angola — ELP Angola 2050, bem como nos objectivos de desenvolvimento sustentável.
“O ANGOSAT-2 é um marco do sector das Telecomunicações de Angola. É um satélite de elevada performance que, entre outros benefícios, tem levado ao fortalecimento da conectividade nacional e impulsionado a economia digital, que está a contribuir para a redução da dependência de Operadores Internacionais e dos custos indexados ao dólar”, avançou Mário Oliveira.
A capacidade de conectividade do ANGOSAT-2 viabiliza:
- A expansão dos serviços de telecomunicações em qualquer parcela do território nacional;
- A promoção da inclusão digital;
- A expansão da internet;
- O apoio a sectores estratégicos como defesa e segurança, agricultura, educação, saúde, urbanismo, sector petrolífero e mineiro, entre outros serviços que requerem elevada fiabilidade e capacidade de interligação.
De acordo com o ministro, os principais Operadores (Infrasat, MS Telcom, ITA) têm tido a oportunidade de alargar a capacidade na oferta e prestação de serviços às populações com recurso ao ANGOSAT-2.
Sectores como petróleos, mineiro, financeiro, transportes e agricultura – que muito contribuem para a economia nacional – utilizam recursos de satélite para a gestão das suas actividades operacionais.
O programa Conecta Angola já criou oportunidades para mais de 350.000 cidadãos angolanos residentes em zonas recônditas, permitiu o acesso gratuito à Internet. Até ao momento, foram instalados 23 kits do Conecta Angola em 16 províncias do país.
“O ANGOSAT-2 não é apenas infraestrutura, é uma afirmação geopolítica”, destacou o ministro. Com parcerias regionais e planos de expansão, Angola posiciona-se como um hub tecnológico na SADC, alinhado com a Agenda 2063 da União Africana.
O próximo passo é aumentar a comercialização para operadores internacionais e consolidar a presença em mais países africanos até 2025.