Angolanos estão a partilhar conteúdo pirata usando o Wikipédia e Facebook Zero

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Via Twitter recebemos uma notificação, do sempre atento Cláudio Silva, sobre um artigo relacionado com o uso indevido de dois serviços que podem ser extremamente úteis no nosso país: Facebook e Wikipédia Zero. Para os menos atentos, os dois serviços dão acesso gratuito às informações nos respectivos sites e no caso do Facebook, não são exibidas as imagens.

E então como é que os utilizadores Angolanos conseguiram partilhar conteúdo pirata usando esses serviços?

É  um “esquema” simples:

  1. Foi criado um grupo no Facebook, que pode ser acedido via Facebook Zero, e neste grupo são partilhados links da Wiki Commons , que permite o carregamento de conteúdo multimédia na Wikipédia.
  2. Na Wiki Commons os utilizadores Angolanos fazem upload de músicas (e outros conteúdos não autorizados, ou seja, piratas) usando a versão do site que não consome dados, devido ao acordo da Wikipédia com as operadoras Angolanas.

No final do processo, nenhum UTT será gasto pelo utilizador, tendo assim conteúdo disponível para todos que estiverem no grupo.

Claro que a equipe da Wikipédia verificaria o padrão, não são todos os dias que alguém publica 5 músicas do Rapper Prodígio na Wikipédia e logo em seguida .

Em entrevista com a responsável do projecto Wikimédia, Adele Vrana , a mesma explicou o que acha deste caso:

No outono passado, tivemos discussões internas sobre como encontrar soluções técnicas para este problema.. Entendemos que é um desafio para a nossa comunidade edição existente para lidar com um súbito afluxo de novos editores… Espero que possamos descobrir uma maneira de transformar este momento em Angola em uma oportunidade para aprender a lidar com novos leitores e editores.

Implicações legais

Um dos aspectos apontados pela equipe da Wikipédia, é a falta de uma legislação especifica em Angola para combater a “pirataria”. No entanto, pelo que anunciou o ministro das telecomunicações durante a semana, a situação das leis poderá mudar brevemente.

O que a equipe da Wikipédia tem feito é notificar e bloquear os utilizadores, se bem que alguns moderadores estão a sugerir um bloqueio total aos utilizadores angolanos, pelo menos no sentido de proibir  a edição de artigos, ficando apenas com leitura.

O que sabemos sobre estes “piratas” angolanos?

Numa rápida visita ao grupo no Facebook onde são partilhados os links para a Wikimédia, dá pra notar que o criador aparentemente tem menos de 18 anos e os demais co-administradores são bastante jovens. A questão que fica é se foi apenas uma “falha” que eles detectaram no sistema gratuito da Wikipédia e estão a usar inconscientemente ou se estão a criar uma rede de partilha ilegal de informação deliberadamente.

Consequências?

Da forma que estas informações estão a ser recebidas pela Wikipédia, aconselhávamos aos utilizadores do grupo a retirar os conteúdos da Wikipédia, fechar os grupos no Facebook e tentar afastar ao máximo práticas semelhantes. A consequência da continuidade desses actos poderá prejudicar os utilizadores angolanos que querem utilizar a Wikipédia e Facebook Zero para fins menos nocivos.


 

O artigo completo sobre como a “pirataria” está a manchar a imagem de Angola junto dos responsáveis da Wikipédia, pode ser encontrado aqui.

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