O ministro das Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Manuel Homem, garantiu na entrevista publicada na edição impressa do Jornal de Angola desta segunda-feira (17), que Angola Telecom não será privatizada conforme estava previsto.
Segundo o ministro, a saúde financeira da Angola Telecom não está boa. “Existem vários factores que concorreram para que chegássemos a essa situação que se vive hoje naquela empresa pública”. “Uma delas pode ter sido a gestão que foi feita nos últimos anos.” Também podemos considerar que, apesar de ter acompanhado o desenvolvimento tecnológico, muitos dos investimentos feitos foram mal orientados na sua implementação. Também podemos, por outro lado, apontar um pouco aquilo que era o entendimento de que os serviços de empresas públicas são públicos.
Manuel Homem garantiu que Angola Telecom não está no Programa de Privatizações (PROPRIV) para ser alienada. “Não está, porque a Angola Telecom é um recurso estratégico e é importante que isso fique claro.” A Angola Telecom gere, se tanto, a maior infra-estrutura de comunicações do nosso país e, por essa razão, deve ter um tratamento diferenciado, tendo em conta a sua relevância estratégica.
Mas não é por causa disso que deve ser uma empresa que viva à custa do Estado. Ela tem de conseguir libertar-se dessas dificuldades. E para isso, aprovamos, já com o novo conselho de administração, o Plano Estratégico de Reestruturação da Angola Telecom que, na verdade, tem vindo a ser executado há alguns anos. Mas entendemos que era preciso fazer correcções pontuais para permitir que a empresa possa ter uma melhor dinâmica e reduzir custos.
Manuel Homem disse que, existiam na empresa serviços desnecessários e era preciso cortar determinados vícios. Ainda não os eliminámos na totalidade, mas temos estado a fazer esse exercício. Estamos à procura de parcerias estratégicas para operar com a Angola Telecom o conjunto de infra-estruturas que possui. É possível abrir nichos de operações para permitir que a empresa tenha mais agilidade e, com isso, chegar com mais qualidade aos clientes.
Em 2019 já estava praticamente confirmado que a privatização da Angola Telecom aconteceria naquele ano e apenas estava a decorrer o processo de avaliação do património e activos da operadora. Segundo o antigo ministro das Telecomunicações, José Carvalho da Rocha, 45% das acções da Angola Telecom que seriam privatizadas estavam avaliados em cerca de 500 milhões USD.