No último trimestre de 2023, 106.473 assinantes de telefonia móvel foram forçados a abandonaram a rede por causa da dificuldade financeira das famílias, representando uma queda ligeira, mas histórica, já que é a primeira vez desde 2020, período marcado pela pandemia, que houve redução no número de utilizadores de telemóveis, de acordo com cálculos do Expansão com base no Relatório Anual Estatístico de 2023 do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM).
O número total de subscritores caiu 0,4% para 25,7 milhões, mas manteve-se a tendência do crescimento de subscrição anual que se fixou em 8,5% saindo dos 23,7 milhões em 2022 para os atuais 25,7 milhões. O custo de vida dos angolanos continua a degradar-se com aceleração da inflação e a crise cambial no País, aumentando o preço dos bens e serviços, o que torna as famílias cada vez mais pobres e assim, dificulta os gastos em telefonia móvel.
No último ano, a operadora Unitel, pertencente ao Estado obteve um crescimento de 8,5% na subscrição de telefonia móvel. Foi a única empresa a registar um aumento na sua participação de mercado comparado ao ano anterior, elevando a sua quota de subscrições em aproximadamente 3 pontos percentuais, alcançando 73,7%. Isso resultou no aumento da sua base de assinantes para 18.970.775, um crescimento de 2,12 milhões em relação a 2022.
Em contrapartida, a Africell, que introduziu uma nova dinâmica de crescimento no mercado desde a sua chegada em 2022, experimentou uma queda na sua quota de mercado em cerca de 3 pontos percentuais, agora detendo 22,6%. Isso levou uma redução de aproximadamente 2,2% no número de subscritores, totalizando 5,8 milhões, o que representa uma perda de cerca de 128 mil assinantes no período em análise.
Sendo que a Movicel, que continua à espera de um investidor que o tire, da situação de declínio, a sua quota diminui em 0,4 pontos percentuais para os atuais 3,76%.