No País ainda existem algumas áreas ou zonas cinzentas que precisam da expansão do serviço de telecomunicações, pois só cerca de 23% da população tem acesso a internet e, por isso, o governo vai implementar um conjunto de projectos, incluindo a implementação da rede nacional de banda larga para alcançar as populações e empresas em todo o território nacional.
Matias Borges, director Nacional das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, que falava no VII Fórum Telecom, reiterou que existe ainda uma vasta população que se encontra em zonas cinzentas. Mas, com o auxílio de alguns parceiros, como a Huawei, a Angola Telecom, o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, por via do AngoSat 2, a Infrasat e a envolvência dos operadores Angola Telecom, Unitel, Movicel e Africell será possível alcançá-los.
“Pela extensão do país há necessidade que se leve a cabo investimentos de infra-estrutura para possibilitar que haja serviços de telecomunicações capazes de cobrir o País, para que os operadores cheguem às localidades recônditas, por via do roaming nacional”.
Recorde-se que, pelo despacho presidencial n.º 226/22, o Governo autorizou a despesa de 248 milhões USD para aquisição de equipamentos e serviços para o projecto da rede nacional de banda larga. O contrato, por adjudicação directa, foi ao grupo Sinohydro, um parceiro empresarial chinês do Governo, aliás, este é um financiamento chinês.
“As telecomunicações são indubitavelmente meios que auxiliam o desenvolvimento económico e social de qualquer país, possibilitando a inclusão social das pessoas, independentemente da sua localização e situação económica”.
Matias Borges explicou ainda que, ao longo dos anos, o governo, reconheceu a importância estratégica que desempenha o sector, deu início a um conjunto de iniciativas, que visa a expansão da cobertura dos serviços de comunicações electrónica”.
O lançamento, na localidade da Maria Teresa (província do Cuanza Norte), do projecto Iluminar Angola vai possibilitar o uso do roaming nacional. Não só o roaming nacional, mas também a partilha de infra-estruturas.
Na prática, o projecto tem o objectivo de expandir os serviços de telecomunicações de voz e internet 2G, 3G e 4G em todo o território, para acelerar o processo de digitalização nestas zonas cinzentas. Nesta primeira fase, será no Cuanza Norte e depois seguirá para a província do Bengo e depois para as restantes.
“Julgamos que, com esses projectos, e com o auxílio e implementação de outros projectos que os operadores têm vindo a desenvolver, será possível expandir os serviços de comunicações electrónicas. Não será possível atingirmos essas metas a curto prazo, não. Levaremos um tempo, mas tudo será visível. É necessário trabalho, é necessário um esforço mútuo, mas nós acreditamos que, com esse esforço de todos, conseguiremos resolver aqueles que são os problemas que ainda estão ao nosso redor”.
Por exemplo, eliminar as filas longas que se criam nos ATMs em cada final do mês com recurso aos serviços electrónicos e dar resposta às necessidades que a população vive dia após dia, aponta o director nacional.
O VII FÓRUM TELECOM do jornal Expansão que debateu o tema “O Futuro das Telecomunicações em Angola” – as Indústrias, os Serviços e as Empresas. O evento ocorreu no dia 11 deste mês e contou com a participação de diversas entidades do setor de telecomunicações.