Angola fora dos países com mais cibercriminalidade, revela estudo

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Uma equipa internacional revelou o primeiro “Índice Mundial de Cibercriminalidade”: uma classificação dos principais focos de cibercriminalidade do mundo, com Angola em destaque.

Após anos de investigação, uma equipa da Universidade de Oxford e da UNSW Canberra deu, agora, a conhecer o primeiro “Índice Mundial de Cibercriminalidade” – intitulado “Mapping the global geography of cybercrime with the World Cybercrime Index”, foi publicado na revista PLoS ONE.

Por via de uma visão analítica, este destaca os países com as maiores ameaças de cibercrime, e fornece informações importantes para os decisores políticos e as autoridades.

Os resultados do “Índice Mundial de Cibercriminalidade” indicam que um número relativamente pequeno de países alberga as maiores ameaças de cibercrime. Aliás, são seis os que apareceram nos dez primeiros lugares de cada categoria de cibercrime: China, Rússia, Ucrânia, Estados Unidos da América, Roménia e Nigéria.

Num comunicado, lê-se que “a Rússia foi classificada em primeiro lugar em termos globais, sendo os cibercriminosos russos considerados os mais profissionais e tecnicamente qualificados do mundo, com os seus crimes a terem o maior impacto”.

A investigação subjacente ao índice ajudará a remover o véu de anonimato que envolve os criminosos cibernéticos e esperamos que ajude a combater a crescente ameaça da cibercriminalidade com fins lucrativos.

Temos agora uma compreensão mais profunda da geografia do cibercrime e de como diferentes países se especializam em diferentes tipos de cibercrime.

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Afirmou Miranda Bruce, coautora do estudo, salientando a importância desta investigação para orientar os setores público e privado na atribuição eficaz de recursos, bem como no planeamento estratégico para combater as ciberameaças.

Na perspetiva da coautora, este índice tem especial relevância, pois ajuda a compreender a distribuição geográfica do cibercrime e permite intervenções proativas em países de risco antes de a situação agravar.

O índice é o resultado da recolha de dados através de um inquérito a 92 peritos em cibercriminalidade de todo o mundo, com base na sua experiência em informações e investigações sobre cibercriminalidade.

Estes peritos avaliaram cinco categorias principais de cibercrime:

  1. Produtos/ serviços técnicos (como malware);
  2. Ataques e extorsão;
  3. Roubo de dados/ identidade (como pirataria informática ou phishing);
  4. Fraudes (como o comprometimento do correio eletrónico de empresas ou a fraude em leilões online);
  5. Extorsão/ lavagem de dinheiro (como fraude com cartões de crédito).

E, depois, classificaram os países com base no impacto, profissionalismo e competência técnica dos seus cibercriminosos.

No estudo, os investigadores observaram que os métodos tradicionais de localização dos criminosos são ineficazes no ciberespaço, e exigem abordagens alternativas, como a realização de inquéritos por peritos, para mapear as suas atividades.

Esperamos alargar o estudo de modo a podermos determinar se as características nacionais, como o nível de instrução, a penetração da Internet, o PIB ou os níveis de corrupção, estão associadas ao cibercrime.

Muitas pessoas pensam que o cibercrime é global e fluído, mas este estudo apoia a ideia de que, tal como as formas de crime organizado, está inserido em contextos específicos.

Disse Jonathan Lusthaus, coautor e professor associado do Departamento de Sociologia da Universidade de Oxford, em comunicado.

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