Angola com aumento de fraudes e burlas nos sistemas de compra e pagamentos eletrónicos

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As fraudes e burlas por meio dos sistemas de compra e pagamentos eletrónicos continuam a aumentar em Angola, segundo um relatório da Empresa Interbancária de Serviços S.A (EMIS).

Pelo que conta a investigação, descreve um registo de 1 792 casos nos últimos nove meses, com uma média de dez denúncias/mês, contra as 179 queixas recebidas nos últimos anos.

Entre as tipologias criminais com maior incidência constam as transações financeiras, com 453. 011 008 movimentos feitos, em 2022, contra 498. 082 534 do ano de 2021.

A lista integra ainda crimes de clonagem de cartões, com 77 casos, roubos, furtos, com 1615, troca de cartões, com 6, e burla express, com 95.

Entretanto, o engenheiro da empresa CYBER SECUR, Alberto Afonso, avança que no mesmo período foram registados 50 ataques cibernéticos em instituições públicas e privadas.

Já o investigador de crimes informáticos do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Francisco Pedro, acrescentou que de janeiro a novembro de 2023 ocorreram 1.209 denúncias de crimes cibernéticos.

Os números, segundo o oficial, tendem a aumentar, sendo que os infratores recorrem a vários “modus operandis”, como o uso de links patrocinados de PHISHING EMIS (Surveymonkey, Google forms), Sim SwAp (solicitação de 2ª via fraudulenta) e acesso fraudulento a sistemas bancários, com particular desta para o BAI Directo.

MAIS: BFA denúncia burlas através de e-mail e SMS

De acordo com o director nacional das políticas de cibersegurança, Hecdiântro Mena, é necessário que as autoridades do sector estabeleçam diretrizes básicas e ampliem a cultura de segurança cibernética no país.

Apesar de o sector das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) criar, por meios dos órgãos apropriados, políticas e ações viradas à defesa do ciberespaço, o responsável defendeu a aprovação urgente da “Estratégia Nacional de Cibersegurança”.

Em Angola, como em outros países, o uso de sistemas de compras e pagamentos eletrónicos tem promovido inovações importantes que facilitam a vida das empresas e das famílias.

No entanto, o lado obscuro desta realidade está associado às burlas e aos crimes, praticados diariamente.

Os especialistas indicam que em 2019, os malfeitores intensificaram as suas ações de clonagem e engenharias sociais, por conta da falta de literacia digital e financeira dos utilizadores dos cartões multicaixas e internet baking.

Para fazer face às ações maliciosas, a Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) e os bancos implementam várias medidas de mitigação contra fraudes e asseguram um serviço de apoio ao cliente mais eficiente, presente e proactivo, tais como Card Protetor (bloquear e desbloquear o cartão) e definição do limite diário de movimentação do cartão.

Também assegura-se a migração para cartões de tarja magnética para cartões EMV, envio de SMS aos clientes a partir do sistema central da EMIS e dos bancos, registo obrigatório do número do telemóvel na base de dados do banco para impedir adesões e adições de telemóveis indesejáveis.

As medidas, segundo a EMIS, tiveram efeito rápido na diminuição de furtos e trocas de cartões, apesar do aumento das burlas no MCX Express.

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