O jornal Expansão, na sua edição desta sexta-feira, 17 de maio, avança que, o presidente da Comissão Executiva (PCE) da empresa de telecomunicações, Ângelo Gama, assumiu publicamente que o futuro da Angola Cables, uma entidade constituída maioritariamente por capitais públicos, está dependente do crescimento do volume de negócios e da reestruturação da dívida, avaliada em 230 milhões USD, contraída junto do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e de um banco japonês.
“Quando os investimentos são pesados, o retorno não é imediato. Mas a realidade mostra que os nossos serviços são usados no dia-a-dia de todos os angolanos e de muitos cidadãos africanos. Temos uma garantia soberana, é verdade, e também é público que os nossos capitais próprios são negativos. Qual é a solução? Deixarem-nos continuar a crescer. Caso contrário, se há urgência em hornrar a totalidade do financiamento, que nos permitam renegociar a dívida”, disse Ângelo Gama durante um encontro com a comunicação social realizado na quarta-feira, 15 de maio em Luanda.
O PCE disse ainda que a faturação da empresa tem crescido 20% ao ano e que no final de 2024 contam duplicar as receitas face aos níveis de faturação registados há três anos. “O crescimento do lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações também tem sido constante”, garantiu o Ângelo Gama, embora não sejam conhecidos os relatórios financeiros anuais da Angola Cables.
“Eu também sou um funcionário, não sou o acionista principal, sou meramente um colaborador responsável. Tudo o que eu faço tem o aval dos meus acionistas e eles não me permitem falar sobre as receitas”, justifica o responsável da Angola Cables.
O capital da Angola Cables, está distribuído da seguinte forma: o acionista maioritário é a Angola Telcom com 51%, enquanto a Unitel (31%), MSTelcom/Sonangol (9%), Movicel (6%) e Startel (3%) detêm as participações restantes. Atualmente, 95% do tráfego internacional de telecomunicações no país passa pelas suas redes.