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Africell acusa Unitel de “extorsão” na partilha das infraestruturas

A operadora de telefonia móvel Africell está a acusar a Unitel de “extorsão”, pôr cobrar preços muito altos no acesso a infraestruturas, cuja a partilha está definida por lei, revela o Jornal Expansão, na sua edição mais recente.

Segundo o que informa o periódico nacional, essa atitude da Unitel já fez com que a Africell Africell falha-se o arranque da comercialização duas vezes – era para ser o ano passado, passou para Fevereiro deste ano e, agora, aponta a Abril.

O Governo angolano disse que não haveria problemas com o acesso a infra-estruturas e estávamos à espera dessa partilha com a Unitel. Mas as negociações para essa partiha não correram bem, pois a Unitel tentou literalmente extorquir-nos com preços incomportáveis“, disse uma fonte da Africell ao Expansão.

 “Depois há outra questão, algumas das poucas infra-estruturas que se predispunham a partilhar são hoje muito antiquadas, têm má qualidade e apenas permitem, por exemplo, instalar equipamentos de uma só operadora. Como a Unitel praticamente não tinha concorrência, não fizeram os investimentos necessários para melhorar essas infra-estruturas. Foi frustrante. Acabámos por investir muito dinheiro para conseguirmos instalar as nossas infra-estruturas próprias“, admitiu a fonte.

Ainda falando ao jornal, o declarante diz que a  “Unitel tentou, por esta via, dificultar ao máximo o acesso a infra-estruturas, para parar a concorrência. Tentaram impedir-nos de entrar no mercado angolano. Parece que têm receio da concorrência, mas a história mostra-nos que a concorrência é sempre positiva“.

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Para contrariar as revelações, a Unitel dismentiu a versão dos responsáveis da Africell, revelando que a partilha de infra-estruturas está regulada pelo regime jurídico do Decreto Presidencial n.º 166/14 de 10 de Julho, alegando ter rejeitado a partilha no dia 27 de Setembro de 2021, de acordo com o artigo 18, alínea a) “onde a recusa da partilha em causa seja técnica e fisicamente inviável“.

Esta rejeição, de acordo com a operadora Unitel, surgiu quase dois meses depois de a Africell lhes ter solicitado (a 30 de Julho de 2021) “para verificar se tinha sites [pontos de transmissão] em 100 pontos geográficos de Luanda para a devida partilha. Para conclusão da especificação do que pretendiam colocar, só no dia 23 de Agosto de 2021 a Africell conclui sobre a especificação do equipamento a implementar nas torres da Unitel, nomeadamente o peso do equipamento, bem como da energia necessária e o espaço necessário“.

Em comunicado, Unitel revela que a 15 de Outubro de 2021, e “conforme carta de manifesto de desagrado ao CEO da Africell, a Unitel deu referências de preços alinhados com a região, nomeadamente com os TowerCo internacionais, mormente Helios Towers e IHS, bem como indicações a nível do mercado nacional onde a Unitel aluga sites“, refutando, assim, a acusação da Africell sobre a aplicação de “preços não justificáveis“.

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