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África cria plataforma digital de compra conjunta de cereais e fertilizantes

O Banco Africano de Exportações e Importações Afreximbank, da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) lançou recentemente uma plataforma digital para a compra conjunta de alimentos e insumos agrícolas para evitar uma crise alimentar no continente, tendo como base a guerra na Ucrânia.

Denominada Bolsa de Comércio de África (ATEX), a inovação tecnológica e que tem apoio da Comissão Económica das Nações Unidas para África foi criada como ponto de partida a experiência adquirida com a pandemia da Covid-19, em que a União Africana (UA) agregou a compra de material de combate à doença na Plataforma Africana de Aquisição de Vacinas (AVAT), bem como no seguimento do plano de 1,5 mil milhões USD de produção alimentar de emergência do Banco Africano de Desenvolvimento.

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A plataforma digital, informa o comunicado da UNECA, tem como objectivo principal congregar num mesmo serviço a compra de alimentos e insumos agrícolas, a preços mais baixos, garantindo ao mesmo tempo que os países com parcos recursos e difícil acesso ao mercado internacional não fiquem para trás.

Confrontada com uma nova crise, África deve aproveitar a experiência do passado para se recompor uma vez mais. A experiência da Covid-19 mostrou que o agrupamento organizado da procura pode ultrapassar os desafios da cadeia de abastecimento e fornecer bens muito necessários a preços competitivos“, pode ler-se na nota.

De informar ainda que a Comissão Económica das Nações Unidas para África lembra que a crise Rússia-Ucrânia “aumentou a pressão sobre as cadeias de abastecimento“, com os esperados aumentos de preços dos produtos agrícolas e factores de produção, como cereais e fertilizantes. Isto, por sua vez, exerceu pressão sobre a “produção doméstica, por vezes, frágil de vários países africanos, que dependem destas cadeias de abastecimento para produtos básicos“, alguns dos quais dependem das “importações para um consumo de trigo até 80%, por exemplo“.

A ATEX vem também para facilitar, sempre que possível, a aquisição conjunta por compradores africanos a fornecedores africanos, como no caso dos fertilizantes; e de fora do continente, quando necessário, como no caso dos cereais e grãos, contribuindo assim para a criação de novas cadeias de abastecimento continentais que isolam os africanos da volatilidade que tem caracterizado os últimos anos.

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