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África carece de políticas de crimes cibernéticos

De acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), em 2019 cerca de 4,1 mil milhões de pessoas a nível mundial usaram a Internet. Indicando um aumento de 5,3% em relação ao ano anterior.A UIT estimou que em 2019 nos países menos desenvolvidos, apenas 19% dos indivíduos utilizaram a internet, em comparação com 87% nos países desenvolvidos. Nesta escala, a África obteve a classificação mais baixa, com apenas 28% dos indivíduos utilizaram a Internet, em comparação com a Europa, que obteve a classificação mais elevada, com 83% dos indivíduos que usaram a Internet.

Nesse mesmo ano, o continente africano tinha a maior percentagem de população offline do mundo, e a maioria dos países nesta condição situam-se na África Central, Oriental e Ocidental. Apesar das disparidades na penetração da Internet em África e em outras regiões, o continente africano ainda mostra que é bastante vulnerável ao cibercrime.

Isso ocorre porque a maioria dos africanos que estão a ser expostos à internet, devido a uma série de factores como ampla cobertura de internet, carecem de conhecimentos técnicos básicos sobre como usá-la, tornando-se alvos fáceis para cibercriminosos transnacionais.

Em 2016, aproximadamente 24 milhões de incidentes de malware atingiram vários países do continente. Em 2017, malware, e-mails de spam e pirataria de softwares, entre outros crimes, foram relatados em muitos países africanos. Segundo um relatório da Interpol, a inadequação ou a ausência de leis de crimes cibernéticos e a sub-documentação do crime em África estavam a impedir a luta contra o crime cibernético.

A nível continental, em 2014, a União Africana (UA) adoptou a convenção sobre Cibersegurança e Proteção de Dados Pessoais. No entanto, apenas 14 dos 55 países membros da UA assinaram a convenção, e apenas sete a ratificaram, até janeiro de 2020, diz o relatório da Interpol.

A convenção precisa ser ratificada por pelo menos 15 países membros para entrar em vigor, ou seja, ainda não entrou em vigor. Isso mostra que a segurança cibernética ainda não é percebida como uma necessidade por muitos países africanos, o que agrava ainda mais o problema.

Como está a situação em Angola?

De acordo com o relatório da Interpol, as nações africanas estão a perder milhões de dólares no mundo do crime cibernético, já que em 2017 as perdas económicas no continente chegaram a USD 3,5 bilhões.

A Nigéria registou perdas de USD 649 milhões, o Quénia foi de USD 210 milhões, enquanto a África do Sul também relatou grandes perdas económicas devido a ataques cibernéticos, perdeu cerca de USD 157 milhões.

Os crimes cibernéticos em África incluem abuso e exploração sexual infantil, crimes ambientais, tráfico humano, tráfico de armas e drogas e comércio ilícito de minerais, entre outros.

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