A partilha de infraestruturas de telecomunicações

7876
Este artigo foi enviado por Eric Martins. Quer partilhar conhecimento com os demais seguidores do MenosFios? Siga os passos.

Num mundo tão competitivo como nos dias a partilha de conhecimento, tanto como a partilha de infraestrutura torna-se vital para evolução e progressão de indicadores fortemente identificados a nível da disponibilidade dos serviços tendo como condição sine qua no a qualidade dos serviços no que concerne as telecomunicações. Ao abrigo do decreto presidencial Nº 166/14 de 10 de julho, já se faz sentir uma vontade implícita no que tange ao compartilhamento de infraestrutura bem como a sua importância para o desenvolvimento tecnológico do Pais. O ITU (International Telecommunication Union) no seu oitavo simpósio para reguladores GSR (Global Symposium for regulators) auferiu que em países em desenvolvimento, em particular, a telefonia móvel tem sido fundamental para tornar os serviços disponíveis.

Com muito para se fazer pretende-se aumentar a penetração dos serviços moveis com destaque para as áreas rurais, mas com o altíssimo custo de infraestrutura leva consequentemente a um preço elevado onde as operadoras o fazem no intuito de recuperar o seu investimento. As empresas de telecomunicações em Africa podem vivenciar uma redução nas despesas de capital ate 60% reduzindo as necessidades individuais o que consequentemente reduzira o período de retorno de investimento. Conceitos e novas empresas importantes vão surgindo tal como Towerco(Tower companies – empresas de Torres) que  são instituições que gerem infra estruturas das torres de telecomunicações, na qual não são proprietárias das mesmas mas avaliam a sua eficiência, produtividade e gestão consequentemente.

Gráfico comparativo entre a partilha de infraestrutura de telecomunicações em redes fixas & redes moveis a nível Mundial.
Fonte: ITU

Eis que com o compartilhamento de infraestrutura podemos destacar:

  1. Diminuição de despesas operacionais (partilhando custos de manutenção, segurança, energia):  Uma grande vantagem é a poupança na instalação e no O&M de uma nova infraestrutura onde implicitamente a carga de trabalho e outros fatores operacionais podem ser reduzidos. Algumas empresas invocaram estratégias de possuir menos propriedades no extrato da empresa para obter mais lucros.
  2. Redução do impacto visual e ambiental: Usando menos torres de telecomunicações, implicitamente estaremos a usar menos material de construção; haverá diminuição da ocupação territorial e se usara menos recursos energéticos (menos emissão de carbono).

Os potências riscos desta implementação tem haver com conflitos entre os parceiros, incompatibilidades técnicas, disputas, aumento de ataques cibernéticos etc.

A partilha de infraestrutura pode ser de forma:

  • Passiva: Torres, sites, postes, fontes de energia e etc.
  • Ativa: compartilhamento de equipamentos de Transmissão (Hubs, Routers, Cabos de fibra óptica, Hardware, Antenas, etc.).

Vale realçar que o diploma associado ao decreto tem se inclinado mais a infraestrutura passiva, dando já uma cobertura de partilha de elementos ativos (com olhos numa atualização da legislação) no entanto evidencia-se já 3 modelos de partilha nomeadamente:

  1. Um operador partilha sua infraestrutura com outro(A).
  2. Dois ou mais operadores estabelecem acordo para construção de uma infraestrutura(B)
  3. O Arrendamento de terceiros ás infraestruturas de telecomunicações. (C)

Especificamente para o nosso país foi criada o comité para partilha de infraestrutura de Telecomunicações o INFRACOM que tem como missão:

  • O Registro de infraestrutura partilhadas.
  • O poder de resolução dos possíveis conflitos entre os provedores.
  • Ser o coordenador estabelecendo estratégias.

Os membros até agora são Unitel, Angola Telecom, Angola Cables, CA TELECOM, Movicel, Multitel, Mundo Startel, MSTelcom, PRODEL-EP, ENDE-EP, RNT-EP, ITA e EPAL.

Para o nosso País será vantajoso pois devido a guerra que vivenciamos a expansão de infraestrutura foi acautelada pois as desminagens no país ainda esta em curso e reutilizando infraestruturas já existentes   poderemos estar presentes de um acelerar na taxa de penetração dos serviços de telecomunicações o que ira massificar a inclusão digital podendo também resolver o problema de literacia tecnológica em Angola.

4 COMENTÁRIOS

  1. Quem é detentor da maior parte das infraestruturas dos telecoms no pais? É necessário ter uma infraestrutura para desenvolver a penetração digital? E que custo isto implica em relação ao rendimento?

  2. Sim senhora!!

    Precisamos de engenheiros que motivam reflexão de vários temas. Parabéns engenheiro Eric pela abordagem.

  3. Boa reflexao ,

    Mas a partilha destas infraestruturas implica também algum tipo de guerra entre as operadores ,
    tem de ser justa e trasnparente

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui