Se tem acompanhado os eventos relacionados à empreendedorismo em Angola, poderá confirmar que é um período, no mínimo, desafiante para as iniciativas empreendedoras. Um dos motivos principais é dificuldade crescente ao acesso à serviços e recursos no exterior do país, devido à “crise” (crise cambial, crise financeira, falta de divisas…) ou outro termo que preferirem usar para descrever a situação actual em Angola.
A verdade é que está cada vez mais difícil executar projectos onde importavam-se ideias, mão de obra e materiais como se fazia há 5 anos. Mas para que não sejamos mal compreendidos, deixamos aqui claro que não se tratava apenas de uma insuficiência do mercado interno.
Claro que alguns factores como custo/resultados dos trabalhos ou a confiança nas empresas nacionais podem resumir isso. Para certos serviços, principalmente relacionados com desenvolvimento (de aplicações, websites…), solicitar serviços fora do país chegava a custar menos do que apostando no mercado interno. Como é várias vezes referenciado por um blogger Angolano bastante conhecido, “Vamos Lá Ser Sinceros”, as empresas em Angola tinham (têm?) uma grande dificuldade mostrar-se credíveis relativamente ao mesmo tipo de trabalho desenvolvido pelas concorrentes fora de Angola
Alguém consegue descobrir os motivos reais?
Mas agora tudo mudou…
As oportunidades estão à vista, não há como contratar empresas estrangeiras com tanta facilidade, deixando como solução a contratação de empresas nacionais, ou seja, de empresas que aceitam pagamento em moeda nacional.
Quais são os desafios?
O primeiro deverá ser provar que as empresas nacionais podem ser tão, ou mais profissionais que as estrangeiras no que concerne ao cumprimento de prazos, requisitos de projecto, capacidade de correcção de erros… enfim, o que é exigido de qualquer prestador de serviço com qualidade.
Por outro lado, os preços devem ser moderados. Provavelmente na ânsia do “extremo/rápido lucro”, algumas empresas angolanas praticam preços acima do aceitável por determinado serviço, retirando o interesse das companhias que pretendiam contratar os seus serviços.
Relembremos que por cada 100 empresas criadas, 70 morrem no primeiro ano de operação em Angola, o mercado angolano não poupa as novas empresas.
Na sua opinião a actual crise que o nosso país está a atravessar veio ajudar as empresas angolanas ou dificultou tudo ainda mais?