O YouTube é o principal canal de desinformação em todo o mundo, e onde o mesmo não está a fazer o suficiente para combater a propagação de notícias falsas na sua plataforma, revelou uma aliança global de organizações de verificação de factos.
Essa informação veio através de uma carta assinada por mais de 80 grupos internacionais, com destaque para o Full Fact no Reino Unido e o Fact Checker do Washington Post, e onde alega que o Youtube está a acolher conteúdos de grupos – incluindo Doctors for the Truth – que espalham informação errada sobre a Covid-19 e vídeos de apoio à conhecida narrativa da “fraude” durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos da América.
“O YouTube está a permitir que a sua plataforma seja armada por atores sem escrúpulos para manipular e explorar os outros, e para se organizar e angariar fundos. As medidas atuais estão a revelar-se insuficientes“, afirma a carta à chefe executiva do YouTube, Susan Wojcicki, onde descreve a plataforma como um “grande canal” para as falsidades.
No mesmo manifexto, os promotores instam o YouTube a fazer quatro alterações às suas operações, de modo a diminuir a desinformação que vem da sua plataforma:
um compromisso de financiar uma investigação independente sobre as campanhas de desinformação na plataforma;
fornecer links para refutações dentro de vídeos que distribuem desinformação e desinformação;
impedir os seus algoritmos de promover infratores reincidentes;
e fazer mais para combater as mentira em vídeos de língua não inglesa.
MAIS: YouTube anuncia novas funcionalidades para tornar os vídeos mais acessíveis
De referir essa carta vem em tempos curtos para a plataforma, que como tinhamos reportado, desde Outubro de 2020 até Setembro de 2021 o Youtube removeu mais de 130.000 vídeos, por violarem as políticas da plataforma sobre a covid-19 relativamente à informação sobre vacinas, de acordo com Neal Mohan, ‘chief product officer‘, responsável pela área de produto do YouTube, em comunicado oficial.
Na informação, o Youtube informou que trabalha “em estreita colaboração com as autoridades de saúde” e procura “equilibrar” o seu compromisso “de uma plataforma aberta com a necessidade de remover conteúdo nocivo flagrante“, salienta.
“Temos visto constantemente falsas alegações sobre as vacinas contra o coronavírus espalharem-se pela desinformação sobre as vacinas em geral, e, agora, estamos num ponto em que é mais importante do que nunca expandir o trabalho que iniciámos com covid-19 para outras vacinas“.
Ou seja, “o conteúdo que alegue de forma falsa que as vacinas aprovadas são perigosas e que causam efeitos crónicos na saúde”, que “alegue que as vacinas não reduzem a transmissão ou a contração da doença ou que contenha informações incorretas sobre as substâncias contidas nas vacinas, será removido“, explica.